Cirurgia robótica é importante aliada na luta contra o câncer de próstata

Técnica dá mais precisão na abordagem cirúrgica, reduzindo complicações e tempo de recuperação

Estamos entrando no Novembro Azul, mês dedicado à conscientização sobre o câncer de próstata, doença extremamente prevalente na população masculina. Estudos apontam que a enfermidade acomete cerca de 15% dos homens na fase adulta a partir dos 45 anos de idade.

“Isso quer dizer que um em cada seis homens vai ter câncer de próstata. Então é importante a consciência de que é preciso fazer o rastreamento para iniciar o tratamento de forma precoce, já que a maioria dos casos não apresenta sintomas”, alerta Ricardo Miyaoka, urologista do Hospital São Luiz Campinas.

Dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA) estimam 704 mil casos novos de câncer no Brasil para cada ano do triênio 2023-2025, com destaque para as regiões Sul e Sudeste, que concentram cerca de 70% da incidência.

Entre os avanços relacionados ao tratamento da doença, o especialista destaca a cirurgia robótica. Trata-se de um procedimento minimamente invasivo onde o cirurgião comanda braços robóticos que, por meio de pequenas incisões, insere instrumentos e uma câmera no corpo do paciente.

“Essa tecnologia permite uma visão ampliada e movimentos precisos, minimizando o dano aos tecidos circundantes, o que é importante já que em casos de câncer, é necessário retirar a próstata e fazer uma reconstrução da bexiga, em uma região de difícil acesso”, explica Dr. Ricardo.

O especialista explica que essa precisão resulta em menor perda de sangue, incisões menores e uma recuperação mais rápida, com menos efeitos colaterais, que podem envolver, em casos mais graves, incontinência urinária e disfunção erétil (impotência).

“Os pacientes relatam ainda menos dor pós-operatória e uma recuperação mais ágil, permitindo que retornem às atividades normais em menos tempo”, enfatiza o urologista do São Luiz Campinas.

Inaugurado no mês de maio, o São Luiz Campinas, da Rede D’Or, é o maior hospital privado do interior paulista e conta com o Robô Da Vinci X, que realiza cirurgias robóticas de diferentes complexidades, nas especialidades de Urologia, Cirurgia Geral, Ginecologia, Cardiologia, Cabeça e Pescoço, Cirurgia Torácica e Geral.

Com 23 centros automatizados, a rede D’Or forma o mais avançado parque de cirurgia robótica da América Latina.

O que é o câncer de próstata? 

Este tipo de câncer se forma na glândula da próstata, um órgão que faz parte do sistema reprodutor masculino. Trata-se de uma das principais causas de morte no mundo, porém, quando diagnosticado em estágios iniciais, as chances de cura são altas.

*Os sintomas do câncer de próstata podem ser discretos, o que torna essencial a realização de exames de rastreamento, como PSA e toque retal.* Os sinais incluem dificuldade em urinar, aumento da frequência urinária, sangue na urina, dor nos ossos e desconforto pélvico.

Esses sintomas podem ser semelhantes aos de outras condições, como hiperplasia prostática benigna (um aumento não cancerígeno da próstata), o que torna o diagnóstico preciso um desafio. Atualmente, um exame que tem auxiliado no diagnóstico, em conjunto com a biópsia, é o de ressonância magnética.

“Além disso, a doença pode ser classificada em diferentes estágios, de acordo com a extensão do câncer. Por isso, é vital entender o tipo e o estágio da doença para determinar o tratamento mais apropriado, que pode envolver quimioterapia, radioterapia e cirurgia”, orienta Dr. Ricardo Miyaoka.

É importante ressaltar que o câncer de próstata não afeta apenas uma faixa etária. Embora o risco aumente com a idade, homens a partir dos 40 anos devem estar cientes da necessidade de exames de rastreamento, especialmente se tiverem histórico familiar da doença.

A Sociedade Brasileira de Urologia sugere que os exames de rastreamento sejam realizados a partir dos 50 anos para pacientes de baixo risco, e 45 anos para alto risco.

“Campanhas como o Novembro Azul são de extrema importância, pois nos ajudam a levar a maior arma que nós temos contra tabus e preconceitos: a informação! O diagnóstico precoce salva vidas”, finaliza o urologista do São Luiz Campinas.