A relação da família Salles com o cinema

O sobrenome Salles é simplesmente incontornável na história recente do cinema brasileiro

Quem se aventurar a fazer uma lista das grandes produções nacionais desde os anos 1990 e medir a repercussão delas não conseguirá fugir dos irmãos Walter Salles e João Moreira Salles. A consagração de Walter na cerimônia do Oscar com “Ainda Estou Aqui”, seu 14º filme como diretor desde a estreia com “A Grande Arte”, em 1991, amarra uma carreira pessoal que se mistura com a evolução do cinema nacional.

Qualquer olhar sobre os irmãos Salles precisa obrigatoriamente contemplar um fato que deixa os dois numa situação bem diferente dos outros cineastas brasileiros: eles são muito ricos. Bilionários, são herdeiros do empresário e embaixador Walter Moreira Salles (1912-2001), que fundou o Unibanco, que foi comprado pelo Itaú. A negociação criou o Itaú Unibanco, maior holding financeira do Hemisfério Sul. Walter e João estão entre os 20 homens mais ricos do Brasil, cada um com um patrimônio pessoal estimado em mais de US$ 4 bilhões (cerca de R$ 24 bi).

Isso coloca Walter, 68, como o terceiro cineasta mais rico do mundo, em levantamento recente da revista Forbes. Ele fica atrás apenas de Steven Spielberg e George Lucas. João, 62, dirigiu seis documentários de longa-metragem, o mais recente deles, “No Intenso Agora”, lançado em 2017. Sua carreira muito ativa como produtor de audiovisual cedeu espaço para que ele pudesse se dedicar a Piauí, criada por ele em 2006 e desde então a revista mais influente na formação de opinião no país.