Decano do Supremo diz que a Corte é “jogo para adultos” e alimenta especulações sobre possível vaga com aposentadoria antecipada de Barroso.
O ministro Gilmar Mendes, decano do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou publicamente que o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) é seu nome de preferência para ocupar a próxima vaga na Corte.
“A Corte precisa de pessoas corajosas e preparadas juridicamente. E o senador Pacheco é o nosso candidato. O STF é jogo para adultos”, declarou à coluna de Mônica Bergamo (Folha de S.Paulo), durante um encontro social na presença do próprio Pacheco, que reagiu com um discreto: “Sou tímido”.
Gilmar destacou que seu apoio não está condicionado a uma abertura imediata de vaga e que defenderia o nome de Pacheco mesmo em uma sucessão mais distante.
Possível mudança na composição do Supremo
Rumores em Brasília indicam que o ministro Luís Roberto Barroso pode deixar o STF em setembro, ao concluir seu mandato como presidente. Na quarta-feira (13), Edson Fachin foi eleito para comandar a Corte no biênio 2025-2027, com Alexandre de Moraes como vice-presidente.
Caso Barroso saia, além de Pacheco, outros nomes cotados são o advogado-geral da União Jorge Messias e o controlador-geral da União Vinicius de Carvalho. Se Barroso permanecer, a próxima vaga só será aberta em abril de 2028, com a aposentadoria compulsória de Luiz Fux aos 75 anos.
Pressões e ataques ao STF
O Supremo atua sob intensa pressão desde o avanço do bolsonarismo. Ministros foram alvo de sanções dos Estados Unidos durante o governo Donald Trump, que tenta barrar o julgamento de Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe.
Barroso, por exemplo, teve o visto suspenso, medida que também atingiu familiares — seu filho, Bernardo Van Brussel Barroso, que morava em Miami, optou por não retornar ao país para evitar problemas migratórios.
Em outro caso, Alexandre de Moraes foi incluído na lista de sanções da Lei Magnitsky, que proíbe transações com entidades ligadas aos EUA. Do território norte-americano, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) mantém ataques e ameaças a ministros, afirmando estar em “exílio” e reivindicando a paternidade das sanções.