Novacap identificou rompimento de vigas e risco iminente de colapso em estrutura dos anos 1950, no início da Asa Norte
Brasília, 20 de agosto de 2025 – Um colapso evitado a tempo. Foi o que revelou a Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap) ao identificar um risco grave de desabamento no viaduto que liga o Eixo Rodoviário Leste (ERL) ao Eixo Rodoviário Oeste (ERW) — os famosos Eixinhos — no início da Asa Norte, uma das áreas mais movimentadas do Distrito Federal.
A estrutura, construída há mais de seis décadas, apresentou sinais severos de comprometimento. Vigas rompidas, aço fraturado e um deslocamento crítico entre a laje e as vigas indicavam um risco real e iminente de queda.
“As vigas estavam rompidas, inclusive o aço estava rompido. Havia um risco de colapso aqui”, declarou Carlos Alberto Spies, diretor de Planejamento e Projetos da Novacap.
O dano foi detectado durante uma manutenção de rotina realizada por uma empresa terceirizada. Ao iniciar a inspeção, os técnicos encontraram falhas estruturais que colocavam em xeque a integridade do viaduto e a segurança dos milhares de veículos que transitam diariamente por ali.
Estrutura envelhecida, cidade em transformação
O viaduto segue o modelo conhecido como “caixão perdido” — comum nas construções entre as décadas de 1950 e 1960 — que dificulta a visualização e o monitoramento da estrutura interna. Isso torna quase impossível identificar falhas antes que se agravem.
“É um tipo de construção que não permite verificação interna. Só se identifica o problema quando já está muito avançado”, explica Spies.
Além do desgaste natural, a estrutura também enfrenta hoje um desafio para o qual não foi projetada: o tráfego pesado. A Novacap informou que trabalha na modernização do viaduto para suportar veículos de até 45 toneladas, enquanto o limite original era de 36.
Um alerta para toda a cidade
O caso do viaduto dos Eixinhos reacende um debate antigo sobre infraestrutura urbana: quantas outras estruturas antigas em Brasília podem estar à beira do colapso, ainda sem inspeção adequada?
Com a capital se expandindo, o tempo cobrando seu preço e o trânsito cada vez mais intenso, a manutenção preventiva se mostra não apenas necessária, mas urgente.
Enquanto isso, a cidade segue em movimento — sobre estruturas que, muitas vezes, ninguém enxerga.