Dr. Erasmo Tokarski explica quais são as principais maneiras de evitar o câncer de pele e dá dicas de proteção solar
O Brasil é um dos países mais solares que se tem notícia. Não seria diferente, o câncer de pele é o tipo mais frequente no Brasil, correspondendo a 30% dos tumores malignos que são registrados no país anualmente, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA). Mas o sol não é o único vilão.
Durante o inverno, é comum que as pessoas usem menos protetor solar por conta dos dias nublados. Mas a temporada de frio não significa que os raios solares nocivos à pele entraram de férias. Pelo contrário, mesmo em dias em que o sol está escondido, eles continuam presentes e podem representar riscos à saúde, como impactos importantes na incidência de câncer.
Mesmo dentro de casa, é importante proteger a pele da luz do sol. “Em ambiente interno, principalmente quando se está próximo de janelas que permitem a entrada da luz solar, não sendo capaz de filtrar os raios ultravioletas, os cuidados com a pele são essenciais”, explica o médico dermatologista Erasmo Tokarski. O filtro deve ser reaplicado ao longo do dia para que o efeito seja duradouro.
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De acordo com o médico, a exposição prolongada e repetida ao sol, sem uso de proteção adequada é um dos principais fatores que aumentam o risco de câncer de pele. Além disso, fatores hereditários, como ter a pele e olhos claros, podem contribuir para o aumento de risco de desenvolver a doença. “Mesmo que seja mais comuns em pessoas de pele clara, pessoas com a pele negra têm a tendência de desenvolver um tipo de melanoma particular, que se manifesta nas palmas das mãos e planta dos pés, com comportamento mais agressivo”, diz o médico. O cuidado, então, é para todos.
“A melhor forma de prevenir o câncer de pele é evitar exposição ao sol das 10h às 16h, usar protetor solar todos os dias, bem como roupas e óculos de sol com proteção UV, inclusive no inverno e em dias de tempo nublado”, informa Erasmo Tokarski. Além disso, manter consultas regulares com um dermatologista e ficar de olho em lesões cutâneas com crescimento rápido, ulcerações, pintas e manchas que surgem pelo corpo pode ajudar na prevenção.
Para saber ainda mais sobre o câncer de pele, confira cinco mitos e verdades citados pelo dermatologista Erasmo Tokarski:
É preciso usar protetor em dias nublados
Verdade. As nuvens não são capazes de bloquear os raios ultravioleta, os quais estão presentes também em dias nublados, portanto, o uso de protetor solar é imprescindível sempre.
O risco é maior no verão
Verdade. O que determina maior risco de incidência de câncer de pele é o índice ultravioleta (UV), que mede o nível de radiação solar na superfície da Terra. Quanto mais alto, maior o risco de danos à pele. Esse índice é mais alto no verão, porém pode ser alto em outras épocas do ano.
Existe exposição ao sol 100% segura
Mito. É preciso evitar excessos e sempre tomar sol com moderação. E os cuidados devem ser seguidos o ano inteiro e vale intensificá-los no verão. Isso inclui evitar ao máximo se expor diretamente ao sol, em especial das 10 às 16 horas. E sempre usando protetor solar e não abrir mão de chapéus e/ou bonés, bem como roupas e óculos de sol com proteção UV, em momentos de exposição mais intensa aos raios.
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Somente regiões expostas diretamente ao sol podem ser afetadas
Mito. A maioria dos tipos de câncer de pele de fato tem uma relação de risco de surgimento aumentada devido aos impactos do sol, mas alguns subtipos de melanoma podem surgir em áreas do corpo que muitas vezes não observamos com a devida cautela.
Na sombra não é preciso usar filtro solar
Mito. É preciso aplicar o protetor solar, pois os raios UV são capazes de atravessar as nuvens, penetrar em janelas e, ainda, são refletidos pela água, areia e concreto. Ou seja: nem a sombra é completamente protetora.