De gestos de camaradagem com Bush e Obama à tensão com Trump, trajetória tem altos e baixos
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vive hoje uma relação conflituosa com Donald Trump — marcada por tarifas e sanções a membros do governo e do Judiciário. Ainda assim, na abertura da ONU, houve um breve encontro: “excelente química”, disse Trump, citando um abraço e um diálogo rápido, com promessa de reunião na próxima semana. É o contraponto a episódios de descontração e aproximação que marcaram os dois primeiros mandatos de Lula (2003–2010).
Momentos marcantes
2003 — “Gosto mesmo é da dona Marisa” (George W. Bush)
Em visita a Washington, Lula evitou personalizar diferenças políticas e reforçou a agenda bilateral: “Somos dois chefes de Estado… com seriedade e carinho.” A resposta bem-humorada a jornalistas — “Eu gosto mesmo é da dona Marisa” — virou símbolo do tom cordial.
2005 — Churrasco na Granja do Torto (George W. Bush)
O encontro em Brasília teve clima leve, cardápio típico e reunião reservada. Bush elogiou o país e falou em justiça social e liberdade, num esforço de aproximação apesar de trajetórias e estilos distintos.
2009 — “Este é o cara” (Barack Obama)
Na cúpula do G20, em Londres, Obama apontou para Lula e disse: “Este é o cara!… o político mais popular da Terra.” O episódio consagrou a boa fase da imagem internacional do Brasil e a sintonia com a Casa Branca democrata.
O capítulo com Trump
2025 — Choques e acenos
Apesar do tarifaço e de sanções que elevaram a tensão, Trump relatou “química” com Lula nos corredores da ONU e afirmou que os dois conversarão por vídeo ou telefone. Antes disso, tentativas de encontro fracassaram (G7, retorno antecipado de Trump; funeral do papa, sem contato). Lula tem defendido multilateralismo e soberania, enquanto Trump sustenta tarifas como instrumento de defesa dos EUA.