Superfaturamento foi identificado em dez aeroportos; Brasília e Santos Dumont estão entre os mais afetados
A Polícia Federal (PF) identificou desvios de R$ 1,2 bilhão em obras da Infraero realizadas entre 2003 e 2006, durante os governos do PT. O valor, revisado em novo laudo pericial, supera os R$ 991 milhões apontados anteriormente na Operação Caixa Preta, deflagrada em 2010.
Segundo peritos do Instituto Nacional de Criminalística, o Aeroporto Santos Dumont (RJ) lidera a lista de superfaturamento, com R$ 238,7 milhões, seguido pelo Aeroporto Internacional de Brasília, com R$ 206,6 milhões. Outros terminais afetados incluem Congonhas (SP), Guarulhos (SP), Vitória e Goiânia, onde foram constatados R$ 109,1 milhões em desvios.
O laudo também aponta falhas graves de segurança. Entre os dez aeroportos investigados, apenas Congonhas possui a área de segurança de fim de pista (Resa), implantada após o acidente com o Airbus da TAM em 2007. Os peritos alertam que a ausência dessas áreas em outros terminais ainda compromete a segurança das operações.
A Infraero confirmou que os aeroportos permanecem sem a Resa, mas afirmou que “a inexistência não compromete a segurança” por conta de ajustes operacionais. A estatal informou ainda que deixou de pagar as empreiteiras investigadas assim que foi notificada pelo TCU e pela PF.
O caso segue em investigação pelo Ministério Público Federal (MPF) em diferentes estados, incluindo Goiás, onde foi protocolada uma medida cautelar contra o presidente da Infraero, Antonio Gustavo Matos do Vale.