O publicitário Duda Mendonça morreu nesta segunda-feira, 16, em São Paulo, aos 77 anos, vítima de um câncer no cérebro. Ele estava hospitalizado em tratamento da doença. Baiano de Salvador, nascido em 10 de agosto de 1944, Duda foi um dos nomes mais influentes da propaganda e do marketing político no Brasil.
Sua trajetória começou na publicidade tradicional, com a criação da DM9, em 1975, na capital baiana. A agência, batizada com suas iniciais, viria a se tornar um dos maiores nomes da propaganda nacional, sendo posteriormente adquirida por Nizan Guanaes e Guga Valente em 1989, com apoio do banco Icatu. A sede foi transferida para São Paulo e a marca se uniu à rede internacional DDB. A sigla DM9 foi oficialmente descontinuada no fim de 2018, com a incorporação pela SunsetDDB.
Mas foi no marketing político que Duda Mendonça se notabilizou. Em 1992, coordenou a campanha vitoriosa de Paulo Maluf à Prefeitura de São Paulo. Dez anos depois, em 2002, ajudou Luiz Inácio Lula da Silva a conquistar a presidência da República. Frases marcantes, narrativas populares e uma comunicação direta com o eleitorado tornaram-se sua assinatura. Uma das mais conhecidas é o slogan criado para a Gelol em 1984: “Não basta ser pai, tem que participar”, premiado com Leão de Bronze em Cannes.
Entretanto, sua carreira também foi marcada por polêmicas. Em 2005, durante a CPI dos Correios, Duda admitiu ter recebido recursos de caixa dois em contas no exterior pelos serviços prestados à campanha de Lula. O caso ficou conhecido no escândalo do mensalão. Em 2012, o Supremo Tribunal Federal o absolveu.
Em homenagem, Nizan Guanaes, que iniciou a carreira como estagiário de Duda, escreveu nas redes sociais: “Ele me ensinou a falar com o povão, o que sabia fazer como ninguém. Cunhou frases que fazem parte da cultura do Brasil”.
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