Justiça proíbe servidor da CGU de se aproximar de filho de mulher agredida no DF

TJDFT concedeu medida protetiva que impede contato e aproximação do servidor em relação à criança; agressão foi registrada em vídeo em Águas Claras

Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios concedeu, nesta semana, medida protetiva em favor de uma criança agredida durante um episódio de violência ocorrido em Águas Claras. A decisão proíbe que David Cosac Junior, servidor da Controladoria-Geral da União, mantenha qualquer tipo de contato com o menino.

De acordo com a decisão, David Cosac Junior, de 49 anos, está impedido de se comunicar com a criança por qualquer meio, além de ser obrigado a manter distância mínima de 300 metros. A juíza Roberta Cordeiro de Melo Magalhãestambém determinou que ele não frequente o condomínio onde a criança mora com a mãe, como forma de preservar a integridade física e psicológica do menor.

Pedido partiu da própria vítima

Em depoimento à Justiça, a mulher agredida — ex-namorada do servidor — solicitou que a medida protetiva fosse concedida apenas em favor do filho. Segundo ela, não haveria “necessidade” de medidas específicas para sua própria proteção, concentrando o pedido na segurança da criança.

Agressão registrada em vídeo

O caso ganhou repercussão após a divulgação de um vídeo que mostra o momento da agressão. As imagens registram David Cosac Junior atacando a ex-companheira e o filho dela no estacionamento de um prédio residencial em Águas Claras, na noite de 7 de dezembro.

A gravação foi utilizada como elemento na análise do pedido de medida protetiva e reforçou a necessidade de restrições imediatas para evitar novo contato entre o servidor e a criança.

O caso segue sob acompanhamento da Justiça do Distrito Federal e reacende o debate sobre violência domésticaproteção de menores e a atuação do Judiciário em situações que envolvem risco à integridade física e emocional de crianças.

  • Presidente Lula (PT) ordenou que um processo interno seja aberto imediatamente contra Cosac. Em publicação no X, ele disse já ter determinado ao ministro da pasta, Vinícius de Carvalho, que inicie a investigação para responsabilizar e expulsar o homem do serviço público.
  • CGU anunciou providências administrativas imediatas. Em nota nas redes sociais, Carvalho afirmou que “Violência contra mulher e contra criança é crime” e que não se trata de “desentendimento” nem

“conflito privado”, mas de “agressão, violação da lei e afronta à dignidade humana”.

• Servidor foi afastado de função e proibido de entrar na CGU durante a apuração. Segundo o ministro, foram adotadas medidas como “abertura de apuração disciplinar, revogação de designação para função de chefia e proibição de ingresso nas dependências da CGU durante as investigações”.