Chancelaria brasileira avalia que já respondeu aos EUA e só deve se manifestar novamente após anúncio oficial de medidas
O Itamaraty decidiu adotar uma postura de cautela em relação às novas ameaças do governo Trump de impor sanções ao Brasil após a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) por crimes contra a democracia.
Segundo diplomatas ouvidos sob reserva, não há necessidade de uma nova resposta imediata. O argumento é que o governo brasileiro já havia se manifestado no dia do julgamento, por meio de uma nota oficial do Ministério das Relações Exteriores (MRE).
Um embaixador que integra a cúpula da chancelaria lembrou ainda o artigo publicado pelo presidente Lula no jornal New York Times, no domingo (14/9), reforçando o posicionamento do Brasil em defesa de soluções negociadas para as questões comerciais.
“Reflete nossa posição em favor de soluções negociadas”, disse a fonte.
Estratégia de silêncio momentâneo
De acordo com integrantes do MRE, a estratégia é aguardar o anúncio oficial de eventuais sanções pelo Departamento de Estado norte-americano para então avaliar uma nova manifestação.
A cautela busca evitar um escalonamento diplomático antes que os EUA confirmem quais medidas serão adotadas.
A ameaça de sanções
O secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, afirmou em entrevista à Fox News que o país irá responder “na próxima semana ou algo assim” à decisão do STF. Ele também declarou que o “Estado de Direito está se desintegrando” no Brasil após a condenação de Bolsonaro.
As declarações reforçam a tensão entre Brasília e Washington, em um momento de fricções diplomáticas e econômicas que já resultaram em tarifas adicionais sobre exportações brasileiras.