Os sequestros por parte da campanha de Jair Bolsonaro das viagens ao funeral da rainha Elizabeth 2ª, em Londres, e à abertura da Assembleia Geral da ONU levaram governos estrangeiros a consolidar uma orientação de evitar qualquer contato mais explícito, assinatura de acordos ou entendimentos com o Palácio do Planalto, até pelo menos que a eleição seja definida no Brasil.
Principalmente na Europa, autoridades já tinham adotado uma postura de cautela em relação ao governo de Jair Bolsonaro, com a própria Comissão Europeia trabalhando internamente com a perspectiva de que, em 2023, o presidente brasileiro já seria outro.
Fontes diplomáticas confirmaram que, ao longo dos meses, a opção pelo distanciamento ganhou força depois que Bolsonaro usou um encontro com embaixadores estrangeiros em julho para mentir sobre o sistema eleitoral brasileiro. Pelo protocolo, as embaixadas estrangeiras não poderiam deixar de atender ao convite do chefe de estado do país onde estão alocadas. Mas muitos dos embaixadores se sentiram “usados” ao entenderem que eram palco para uma campanha eleitoral e contra as urnas. .