Fundação Marielle Ramires é lançada em Brasília

A diversidade marcou presença em cada detalhe do evento. Entre o público, mulheres indígenas de várias regiões do país emocionaram a todos e todas ao relembrar a participação ativa de Mari na construção da Marcha das Mulheres Indígenas e na articulação da ANMIGA (Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade).

Mais de 200 pessoas participaram na noite desta segunda (5) do emocionante lançamento da Fundação Marielle Ramires, em Brasília. O evento, realizado durante a Marcha das Mulheres Indígenas, foi marcado por homenagens, reencontros e a reafirmação de um legado que seguirá abrindo caminhos nos territórios, nas redes, nas ruas e nas instituições.

Criada para dar continuidade às ideias, afetos e projetos que Marielle Ramires cultivou ao longo da vida, a Fundação foi apresentada ao público como uma plataforma viva de ação política e cultural. Estão sob sua guarda iniciativas como o Clímax, a Casa NINJA Amazônia, o Circuito NINJA Cerrado de Formação e a Caravana Rumo à COP, todas articuladas em defesa do meio ambiente, dos direitos humanos, da comunicação livre e da democracia popular.

A diversidade marcou presença em cada detalhe do evento. Entre o público, mulheres indígenas de várias regiões do país emocionaram a todos e todas, ao relembrar a participação ativa de Mari na construção da Marcha das Mulheres Indígenas e na articulação da ANMIGA (Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade).

Durante o ato, o protagonismo das mulheres foi reafirmado com falas potentes das ministras Marina Silva e Sônia Guajajara, que destacaram Marielle como uma “semente que floresce em muitas outras”. Parlamentares como Érika Kokay, Célia Xakriabá, Sâmia Bomfim e Fernanda Melchionna também estiveram presentes e celebraram a trajetória de luta, generosidade e coragem de Mari.Estiveram presentes também diversos outros representantes do legislativo, executivo e sociedade civil.

Uma das falas mais marcantes da noite foi da presidenta da Funarte, atriz e gestora cultural Maria Marighella, que emocionou o público ao dizer: “Mari tinha sempre uma palavra. Ela sempre tinha uma palavra certa, no tempo certo, com afeto e firmeza. E agora, somos nós que vamos manter suas palavras vivas.”

Para Driade Aguiar, porta-voz da Mídia NINJA e integrante da equipe fundadora do projeto, o momento foi de potência e responsabilidade:

“A Fundação nasce para garantir que o legado de Marielle não se transforme em saudade, mas em ação. Ela foi uma força motora da nossa geração, alguém que soube costurar territórios, causas e afetos com uma potência política rara. O que estamos fazendo aqui é abrir caminhos para que esse legado inspire novas gerações e continue transformando realidades, do cerrado à floresta, das ruas às instituições.”

A Fundação Marielle Ramires terá sede na Nave Brasília, espaço de articulação política e cultural da Floresta Ativista, cuja inauguração oficial será anunciada em breve.

Mais do que uma homenagem, a Fundação é um ato de continuidade. Porque Marielle não foi apenas uma militante, uma comunicadora ou uma liderança — ela é uma semente. E agora, um campo fértil para que muitas outras floresçam.