Mostra começa nesta terça-feira (18) e vai até janeiro de 2023. Visitantes podem ver figurinos dos personagens de ‘O Auto da Compadecida’, além de pinturas e xilogravuras de artistas nordestinos.
Há 52 anos, no dia 18 de outubro de 1970, nascia em Pernambuco o Movimento Armorial, iniciativa criada pelo artista plástico, escritor e dramaturgo Ariano Suassuna, para valorizar a cultura nordestina. Com objetivo de celebrar a data, o Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) Brasília recebe, a partir desta terça-feira (18), uma mostra com obras de artistas que participaram do movimento.
A exposição vai até janeiro de 2023, e pode ser visitada gratuitamente, de terça a domingo. A iniciativa é uma celebração da cultura nordestina, sempre presente na obra do artista. “O Auto da Compadecida”, e os personagens João Grilo e Chicó, são exemplos de obras e personagens da região levados ao sucesso no teatro e no cinema por Suassuna.
A mostra tem o figurino dos personagens, maracatu dos festejos populares, além de pinturas e xilogravuras de mestres famosos como J Borges e Gilvan Samico, que ilustram a literatura de cordel populares nas feiras, nas rodas de conversa e também nas histórias do mestre pernambucano.
De acordo com a curadora da exposição, Denise Mattar, a ideia é resgatar as raízes do Nordeste.
“O Movimento Armorial foi criado pelo Ariano Suassuna com a ideia de resgatar as raízes populares. Então, ele dizia o seguinte: ‘Por que um artista brasileiro tem que olhar para o expressionismo, para a pop art? Por que ele não olha para as coisas brasileiras?’ E para ele, a grande referência era o cordel. Ele dizia que o cordel tinha tudo”, explica.
Entre as obras expostas, estão peças raras, como um painel e iluminogravuras pintados por Ariano Suassuna. As iluminogravuras são o conceito que o artista inventou para a junção da técnica de iluminuras, usadas em livros medievais, e a das gravuras impressas da xilogravura.
Há também uma reprodução gigante da Onça Caetana, personagem que o artista criou e desenhou para representar a morte (veja abaixo).
Nos fins de semana e nas férias, os visitantes da exposição também poderão conhecer, por meio de oficinas, a técnica da xilogravura, que é feita com carimbos esculpidos em madeira e transferidos com tinta para o papel ou tecido.
O responsável pelas oficinas, o xilogravurista e professor Valdério Costa, é um admirador da arte de Ariano Suassuna.
“Eu acho que é importante as pessoas virem visitar isso aqui, para visitar essa exposição magnífica e ter um contato com o aspecto cultural e visual riquíssimo da região Nordeste”, afirma.