Estacionar na Rodoviária do Plano agora tem preço

Com concessão privatizada, bolsões passam a cobrar até R$ 40 por diária; vigilância e seguro são incluídos no novo modelo

Brasília, Brasil — A paisagem da Rodoviária do Plano Piloto, coração pulsante da capital federal, amanheceu nesta quarta-feira (30) com uma mudança definitiva: todos os estacionamentos ao redor do terminal passaram a ser pagos. O que antes era um caos gratuito agora se transforma em um sistema de acesso controlado, com cancelas eletrônicas, câmeras de vigilância e promessas de segurança para motoristas.

A medida faz parte do pacote de concessão do espaço à iniciativa privada, sob gestão do Consórcio Catedral, que desde 1º de junho assumiu o comando da rodoviária pelos próximos 20 anos.

Mapa de valores cobrados nos estacionamentos próximos à Rodoviária do Plano Piloto.

Preços que variam com a localização

A tarifa padrão é de R$ 7 a hora ou R$ 30 a diária para os estacionamentos da plataforma superior e os bolsões próximos ao Conic. Já o pátio localizado atrás do Conjunto Nacional, mais central e disputado, tem preço mais alto: R$ 12 por hora e R$ 40 pela diária — aos domingos, a hora cai para R$ 8.

Para quem frequenta a região todos os dias, há planos mensais entre R$ 250 e R$ 350, a depender da área escolhida. Todos os bolsões oferecem 10 minutos de tolerância, tempo suficiente para embarques e desembarques rápidos sem cobrança.

Uma cidade em transição

A cobrança começou de forma escalonada: desde o dia 6 de julho, áreas próximas ao Setor de Diversões Norte e Sul já estavam em regime rotativo. Em 13 de julho, a medida alcançou os bolsões em frente ao Conic e ao Conjunto Nacional. Agora, com a ativação do estacionamento atrás do Conic, a implementação se conclui.

O consórcio responsável afirma que os espaços são monitorados por câmeras e cobertos por seguro contra sinistros — uma tentativa de justificar a tarifa com a promessa de conforto e segurança.

Reação da população

A medida, embora esperada, divide opiniões. Para alguns, representa um avanço em organização urbana e segurança patrimonial. Para outros, é mais um custo em uma cidade cuja mobilidade já impõe desafios diários.

Em uma Brasília moldada por carros e por distâncias generosas, cobrar por estacionamento em um dos pontos mais movimentados da cidade é também um ato político — que redefine a relação entre o espaço público e o cidadão.