CLDF celebra 201 anos da taquigrafia parlamentar no Brasil

Na data em que se celebra o Dia do Taquígrafo, a Câmara Legislativa do DF promoveu sessão solene para comemorar os 201 anos da taquigrafia parlamentar no país. Proposta pelo deputado Martins Machado (Republicanos), a homenagem reuniu profissionais e mestres do ofício que caminha junto com as casas legislativas brasileiras.

Taquigrafia é o método abreviado ou simbólico de escrita que permite redigir na velocidade da fala. O marco fundacional da taquigrafia parlamentar remonta à 1823, quando se iniciaram os trabalhos para elaborar a primeira constituição do país, a Constituição Imperial, de 1824.

Martins Machado resumiu a taquigrafia com três palavras: “transparência, concentração e dedicação”. Ele classificou a cerimônia como um momento histórico para a CLDF. Os parlamentares Machado e Gabriel Magno (PT) frisaram que a profissão é um instrumento para preservar a memória das casas políticas do Brasil. A deputada Jaqueline Silva (MDB) não pôde estar presente, mas mandou mensagem para a ocasião.

“Nós [os 24 deputados] não temos dúvidas de que nenhuma tecnologia ou máquina é capaz de substituir a taquigrafia e o taquígrafo, porque a distinção do princípio do que é verdade nenhuma máquina pode fazer. Pelo contrário, muitas vezes é a tecnologia, os algoritmos, é a máquina que induz à falsificação da verdade”, argumentou Magno.

Um dos mais antigos taquígrafos da CLDF, Ney Mandim Júnior entrou na Câmara quando a casa foi implantada, em 1991. Ele testemunhou que, como taquígrafo, desempenhou papel fundamental na promoção da transparência e na garantia do acesso público às discussões legislativas. “Cada registro não é apenas uma transcrição de palavras, mas uma ferramenta poderosa que fortalece e promove a participação dos cidadãos na vida política brasiliense”, enalteceu.

Filho de taquígrafa, o ministro do Superior Tribunal de Justiça, Sérgio Luis Kukina, também ressaltou a importância da profissão na história do país. Já o diretor legislativo da CLDF, Ricardo José Alves, lamentou que o ofício, por vezes, seja subestimado. “Os taquígrafos têm sido testemunhas silenciosas e meticulosas das decisões que influenciam a vida de milhões de brasileiros”, avaliou.

Foto: Carlos Gandra/ Agência CLDF