Busca por consórcios cresce no país mesmo com alta na inflação

Setor bate recorde com a venda de cotas, que podem ser usados para carros, casas, eletroeletrônicos e bens duráveis

Na busca de driblar a alta na inflação, consumidores estão olhando o consórcio como estratégia para adquirir seus bens, pagando menos. O Sistema de Consórcios vem apresentando um ritmo de crescimento e chegou a quebrar recorde de vendas dos últimos 20 anos, com mais de 2 milhões de cotas vendidas, segundo a Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (ABAC).

Seja de carro, casa, eletroeletrônicos, troca de dívidas ou no setor agrícola, o especialista Cléber Gomes, CEO e sócio- fundador da Maestria, empresa especializada em consórcio e produtos financeiros, explica que escolhendo a estratégia certa para cada perfil, é possível economizar dez vezes mais do que comparado a um financiamento, por exemplo: “Para quem pode esperar um pouco mais para fugir dessa alta de juros, essa é a melhor alternativa. Sem falar que o dinheiro tem correção monetária, então o valor que você coloca no período contratual, antes de ser contemplado, não fica desvalorizado”, diz o especialista, que explica as principais modalidades de consórcio disponíveis no mercado. São elas:

Serviços

Essa é uma modalidade de compra planejada voltada para a aquisição de bens e serviços, como: TVs, notebooks, smartphones, videogames, geladeiras, fogões, viagens e até cirurgia plástica. Funciona da mesma forma que os consórcios mais tradicionais, como imóveis e veículos, explica o CEO de Maestria.

“Você entra em um grupo com outros consumidores e paga parcelas mensais. Todos os meses, alguns participantes são contemplados por sorteio ou lance e recebem uma carta de crédito para comprar os produtos desejados”, diz.

Quitação de financiamento

Segundo a Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (ABAC), a participação de pessoas jurídicas nos consórcios representa cerca de 18% nos último relatório divulgado em 2025. O avanço é puxado especialmente por setores como transporte, construção civil, agronegócio e serviços, onde empresas têm utilizado o crédito contemplado para substituir dívidas mais onerosas por parcelas sem juros.

A empresa adquire uma cota de consórcio compatível com o valor da dívida que deseja quitar, seja de um caminhão, imóvel, equipamento ou até mesmo veículo leve. A diferença é que ao invés de pagar juros, ela paga pela taxa administrativa que, em alguns casos, pode ser  dez vezes menor que os encargos de um financiamento. 

Carro 

O consórcio é uma compra programada, para médio e longo prazo, ao contrário do financiamento, em que o consumidor recebe o carro de imediato e paga parcelas com juros.

“O consórcio é ideal para quem não tem pressa, tem disciplina e sabe exatamente o que está contratando. Para acelerar a contemplação, o ideal é se programar financeiramente para fazer lances mensais. Essa é a melhor estratégia para quem não quer contar apenas com a sorte”, explica Cléber.

Imóvel

Essa carta permite a compra de casas, apartamentos, terrenos ou até construção e reforma, conforme as regras da administradora. Ao contrário do financiamento bancário, o consórcio não cobra juros, e sim uma taxa de administração, diluída ao longo dos meses. Essa taxa varia conforme a instituição, podendo ficar entre 10% e 25% do valor total do crédito, o que pode tornar a opção mais econômica a longo prazo. É preciso também considerar o tempo de espera, que pode ser reduzido com a possibilidade de lances mensais.

“O consórcio tem uma taxa de administração definida em contrato, mas não há cobrança de juros sobre as prestações, como ocorre no financiamento tradicional. Oferecendo lances mensais, inclusive usando o FGTS para isso, se o grupo for saudável, ou seja, com boa participação e capitalização, as chances de contemplação antecipada aumentam”, diz o CEO de Maestria.

Maquinário Agrícola

A modalidade tem ganhado cada vez mais espaço no agronegócio, sendo usada para a compra de tratores, colheitadeiras, implementos agrícolas e até áreas de terra. 

“Com a suspensão de algumas linhas de crédito, inclusive do Plano Safra, o produtor rural hoje se depara com juros que chegam a 20% ao ano para financiar uma máquina. Nesse cenário, o consórcio se consolidou como uma alternativa real e crescente no agronegócio, tanto é que nos últimos 10 anos, o crescimento foi de 400%. Alguns fabricantes, chegam a vender até 40% das máquinas por meio de consórcio. Isso acontece porque, muitas vezes, o produtor não consegue financiamento no banco; e quando aprovado, enfrenta juros altos, exigência de garantias complementares e burocracia pesada. O consórcio preenche essa lacuna e tem sido o caminho mais viável para o agricultor seguir investindo”, explica.

Sobre a Maestria 

Empresa especializada em consórcio e produtos financeiros no B2B há 11 anos, com mais de R$10 bilhões em vendas no mercado. A Maestria oferece um ecossistema de soluções, com um hub completo, incluindo consultoria estratégica, treinamentos, soluções financeiras, marketing e networking exclusivo. Para 2025, a meta da empresa é chegar em R$12 milhões de faturamento e atingir R$ 2 bilhões em vendas de consórcios.