Vamos em frente, ver o que vem por aí. Agora, câmera na rua de Belfast, em 1969, imagens em preto e branco. Uma rua pacífica, onde meninas pulam e meninos jogam bola. Crianças brincam e os adultos se cumprimentam amigavelmente
O primeiro problema com “Belfast” é descobrir por onde começar. Comecemos então pela abertura –uma série de planos em movimento, tendo como culminância um em 180 graus, como agora tantos filmes costumam usar para começo de conversa.
Talvez Kenneth Branagh tivesse de acertar as contas com o departamento de turismo da Irlanda do Norte. Já é um mau sinal, tanto mais que a Belfast mostrada, não é assim tão atraente, e menos ainda quando visto a partir do plano em 180 graus.
Vamos em frente, ver o que vem por aí. Agora, câmera na rua de Belfast, em 1969, imagens em preto e branco. Uma rua pacífica, onde meninas pulam e meninos jogam bola. Crianças brincam e os adultos se cumprimentam amigavelmente.
De repente, um plano em que vemos Buddy de costas. Logo, à frente de Buddy –vivido por Buddy Hill–, ainda a distância, surge uma horda com rostos cobertos por máscaras, armados de paus, pedras e similares, avançando na direção do menino.
A câmera faz giros de 360 graus em torno de Buddy, dando a entender que ele não entende nada do que acontece, mas tem medo da agitação, que logo se transforma em violência. Paus, pedras, o diabo. Surgindo no meio da turba, a mãe resgata o menino –depois trata de salvar o irmão mais velho também. Aos poucos a confusão se desfaz e os mascarados se retiram, deixando para trás várias casas depredadas.
Saberemos depois que se trata de um conflito entre protestantes e católicos. Que os atacantes são protestantes e desejam ver os católicos longe dali. Que o conjunto da população local não se incomoda nada com a convivência religiosa.