Alexandra Moreschi, presidente da Comissão de Direito à Saúde da OAB-DF, nega acusações de apropriação de valores destinados a crianças. O caso segue sob sigilo no Tribunal de Ética e Disciplina.
A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) investiga a advogada Alexandra Moreschi, acusada de se apropriar de indenizações destinadas a tratamentos de saúde de crianças com condições especiais. Segundo as denúncias, os valores seriam oriundos de decisões judiciais contra planos de saúde. Moreschi, que preside a Comissão de Direito à Saúde da OAB-DF, afirma que os valores foram retidos de acordo com contratos de honorários e não poderiam ser usados para terapias.
Denúncias de famílias afetadas
Duas mães registraram ocorrências na 1ª Delegacia de Polícia, acusando a advogada de não repassar os valores obtidos judicialmente. Camila, mãe de Rebeca, de 10 anos, relata que desde 2023 descobriu depósitos vinculados à conta pessoal de Alexandra, totalizando R$ 100 mil. Segundo ela, a advogada não a notificou sobre os valores recebidos. Outra mãe denunciou um caso similar, onde R$ 75 mil foram depositados na conta da investigada, mas a família só foi informada meses depois, deixando a criança sem acesso às terapias necessárias.
As denúncias incluem alegações de gastos incompatíveis por parte da advogada, como viagens internacionais realizadas durante o período em que os valores deveriam ser usados para os tratamentos infantis.
Posicionamento da advogada e da OAB-DF
Em defesa, Alexandra Moreschi afirmou que os valores mencionados referem-se a honorários contratuais e de sucumbência, acordados previamente. “Não houve má-fé. Estou aberta a prestar as contas necessárias e acredito que essas mães estão sendo mal orientadas”, disse. Ela também alegou que algumas das quantias questionadas são multas por descumprimento judicial, inicialmente não destinadas a terapias.
A OAB-DF informou, por meio de nota, que o caso foi encaminhado ao Tribunal de Ética e Disciplina e está sendo tratado sob sigilo, conforme previsto em lei.
Investigação em andamento
As acusações seguem sendo apuradas pela PCDF, enquanto as famílias buscam respostas e ressarcimentos. O caso levanta questões sobre ética profissional e o impacto dessas disputas legais na vida das crianças que dependem de cuidados especializados.