Advogada celebrou a posse da ministra Maria Elizabeth Rocha como a primeira mulher a presidir o STM em mais de dois séculos de história
Durante a Semana Victor Nunes Leal, a advogada Nara Ayres Britto, sócia da Ayres Britto Consultoria Jurídica e Advocacia, participou de um debate sobre as crises políticas contemporâneas e a reação do Estado Democrático de Direito. Em sua fala, Nara destacou a importância da participação feminina nas instituições democráticas, com especial ênfase para o inédito protagonismo feminino no Superior Tribunal Militar (STM).
“Se chamavam mulheres. Também se chamavam sonhos. E sonhos não envelhecem. Nós, mulheres, temos um sonho: o sonho da igualdade”, declarou, ao relembrar o feito histórico da ministra Maria Elizabeth Rocha, primeira mulher a assumir a presidência do STM.
Com mais de 217 anos de existência, o STM — o mais antigo tribunal superior do país — teve entre seus 346 ministros, até 2025, apenas duas mulheres ocupando uma cadeira na Corte. Maria Elizabeth Rocha foi a primeira a presidir o tribunal militar, rompendo uma longa tradição de hegemonia masculina.
Nara Ayres compartilhou a mesa com o constituinte Miro Teixeira e com a presidente do Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB), Rita Cortez, e ressaltou o papel das parlamentares que participaram da Assembleia Constituinte de 1986 como fundamentais para os avanços de gênero na Constituição de 1988.
“A Carta de 1988 nos emancipou graças a um reunido e diminuto grupo de parlamentares eleitas para o Congresso Nacional em 1986, que colaboraram para que as garantias femininas fossem fundamentalizadas.”
Um marco para a democracia representativa
A presença de Maria Elizabeth Rocha no comando do STM representa mais do que um símbolo: trata-se de uma quebra de paradigma em uma instituição centenária, cuja composição permaneceu majoritariamente masculina por mais de dois séculos.
“Assumir o comando da Corte Militar foi um marco. Até o segundo semestre de 2025, apenas uma mulher havia sido ministra do STM. A posse de Maria Elizabeth Rocha reescreve parte da história institucional do país.”
Nara finalizou com um apelo por maior representatividade, ressaltando que o avanço da democracia exige um olhar atento às demandas de igualdade e equidade de gênero nas esferas de poder.