Entidade critica tom do presidente durante feriado de Rosh Hashaná e pede foco na devolução dos reféns pelo Hamas
A Confederação Israelita do Brasil (Conib) divulgou nota nesta segunda-feira (22.set.2025) na qual classifica como “acusações antissemitas” trechos do discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em evento da ONU, em Nova York. A Conib afirma que, ao acusar Israel de matar “deliberadamente mulheres e crianças”, o presidente reproduziu “uma das mais antigas acusações antissemitas” e se afastou da tradição diplomática brasileira de moderação. A entidade ressaltou ainda que a fala ocorreu durante o Ano Novo judaico.
No mesmo encontro, voltado à busca de uma solução pacífica para o conflito, Lula defendeu o reconhecimento do Estado da Palestina, voltou a qualificar as ações de Israel em Gaza como “genocídio” e argumentou que o direito de defesa não justifica “matança indiscriminada de civis”. Em nota paralela, a Conib declarou que, se o objetivo é encerrar a guerra, o presidente deveria cobrar a libertação dos reféns pelo Hamas e o desarmamento do grupo.
A referência ao feriado judaico é factual: Rosh Hashaná em 2025 vai de 22 a 24 de setembro (do pôr do sol de segunda ao anoitecer de quarta), período sagrado para a comunidade judaica.
O episódio soma-se a críticas anteriores da Conib a declarações do presidente sobre Israel ao longo de 2025, sinalizando deterioração no diálogo entre o governo e entidades representativas da comunidade judaica no país.
Contexto diplomático: as falas ocorreram em meio a uma intensa agenda na ONU sobre a solução de dois Estados, com anúncios de reconhecimento do Estado da Palestina por países europeus e aliados ocidentais, o que elevou a pressão diplomática sobre Israel.
Leia mais / fontes oficiais:
– Discurso de Lula na conferência da ONU, na íntegra.
– Nota e cobertura sobre a reação da Conib.
Atualização contínua: este texto será ajustado conforme novas manifestações oficiais ou desdobramentos no plenário da ONU.