Apresentador do The Tonight Show critica censura e satiriza viagem de Trump ao Reino Unido após afastamento de Jimmy Kimmel por pressão política
Jimmy Fallon quebrou o silêncio sobre a suspensão de Jimmy Kimmel pela ABC, após comentários sobre o assassinato do ativista trumpista Charlie Kirk, e usou o palco do The Tonight Show para criticar a censura e ironizar o ex-presidente Donald Trump. O caso, que envolve pressão da Comissão Federal de Comunicações (FCC), levantou novo debate sobre os limites da liberdade de expressão nos EUA.
“A grande notícia é que Jimmy Kimmel foi suspenso pela ABC após pressão da FCC, deixando todo mundo pensando: ‘WTF’”, disse Fallon, arrancando risos da plateia.
“Esse não sou eu, pai”: Fallon expressa apoio a Kimmel
Fallon brincou com a confusão entre os “Jimmys” da televisão americana:
“Acordei com 100 mensagens do meu pai dizendo ‘sinto muito que cancelaram seu programa’. Ei, esse não sou eu. É o Jimmy Kimmel.”
Apesar do tom bem-humorado, Fallon foi direto ao manifestar apoio ao colega:
“Jimmy Kimmel é um cara decente, engraçado e carinhoso. Espero que ele volte.”
Críticas veladas à censura e recado à FCC
Sem citar diretamente nomes, Fallon abordou a preocupação crescente entre artistas e comunicadores sobre as limitações impostas ao conteúdo editorial, principalmente em programas de comédia política.
“Muita gente está preocupada com o fato de não poder mais dizer o que pensa sem correr risco de censura”, afirmou, em clara referência à decisão da FCC, presidida por Brendan Carr, aliado político de Trump.
Trump, Jeffrey Epstein e ironia pesada no roteiro
Fallon também ironizou a recente viagem de Trump ao Reino Unido, usando sarcasmo para criticar o ex-presidente e suas conexões controversas:
“O presidente Trump acabou de concluir sua viagem de três dias ao Reino Unido e ele parecia incrivelmente elegante. Como sempre, sua gravata estava exatamente no comprimento certo, seu rosto tinha uma cor que existe na natureza e seu cabelo estava melhor que o do Conrad, de O Verão que Mudou Minha Vida.”
Em seguida, alfinetou:
“Imagens de Trump ao lado de seu bom amigo Jeff Goldblum foram projetadas no Castelo de Windsor.”
A piada, propositalmente enviesada, mistura o ator Jeff Goldblum com o criminoso sexual Jeffrey Epstein, associado a Trump — e morto na prisão em 2019.
Indicação ao Nobel como provocação final
Fallon encerrou o monólogo com uma carga pesada de sarcasmo, que escancarou sua crítica à idolatria em torno de Trump:
“Resumindo, o presidente Trump está tornando a América boa novamente ao restaurar nossa reputação nacional, revitalizar nossa economia e reconstruir nosso exército. Eu o indico oficialmente para o Prêmio Nobel da Paz. E vocês vão me provar que estou certo.”
Contexto: Kimmel suspenso após fala polêmica
Jimmy Kimmel foi suspenso após criticar a reação de apoiadores de Trump ao assassinato de Charlie Kirk, influenciador de direita. A Nexstar Media Group e a Sinclair Broadcast Group, afiliadas da ABC, decidiram retirar o programa do ar. A ABC suspendeu a atração indefinidamente, sob pressão regulatória e comercial.