Ministro da Justiça integrará comitiva de Lula em Nova York em meio a tensões diplomáticas após condenação de Jair Bolsonaro
O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, obteve visto para viajar aos Estados Unidos e participar da Assembleia-Geral da ONU, que começa nesta terça-feira (16/9), em Nova York. Ele integrará a comitiva oficial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O visto de Lewandowski estava suspenso há algum tempo, e a liberação ocorre em um momento de acirramento das tensões diplomáticas entre Brasil e EUA, após a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Vistos e sanções
Em agosto, o Departamento de Estado norte-americano revogou o visto do ex-presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), em um movimento interpretado como resposta política à conjuntura brasileira.
Paralelamente, o governo Trump anunciou tarifas adicionais sobre exportações do Brasil. Para mitigar os impactos, o governo Lula editou a MP do Tarifaço, apelidada de Plano Brasil Soberano, com medidas de apoio às empresas afetadas:
- Compras governamentais: estados poderão adquirir produtos perecíveis destinados à exportação e destiná-los a programas sociais, como merendas escolares.
- Linhas de crédito: R$ 30 bilhões em crédito subsidiado para exportadores.
- Reintegra ampliado: devolução de tributos agora disponível para todas as empresas exportadoras.
- Drawback prorrogado: prazos estendidos para isenção de tributos sobre matérias-primas destinadas a produtos exportados.
Além de Lewandowski, Lula terá uma agenda intensa com reuniões bilaterais e compromissos voltados a temas como democracia, meio ambiente e conflitos globais. A Assembleia deste ano será marcada pelo 80º aniversário das Nações Unidas, criadas em 1945 com a assinatura da Carta de São Francisco.
Lula na ONU
Atualmente, a ONU é composta por 193 Estados-membros e dois observadores: Palestina e Santa Sé. O presidente brasileiro deve permanecer em solo norte-americano por pelo menos quatro dias.