Atividade econômica desacelera após patamar recorde; juros altos começam a impactar consumo e produção
A economia brasileira perdeu força no segundo trimestre de 2025. Segundo dados do IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central), divulgado nesta sexta-feira (15/8), a chamada “prévia do PIB” avançou apenas 0,28%no período, após ter registrado expansão mais robusta nos primeiros meses do ano.
O indicador mostra que a atividade econômica nacional encolheu 0,05% em junho, levando o índice para 109,1 pontos na série dessazonalizada — resultado ligeiramente abaixo do patamar de abril, quando alcançou 109,9 pontos, o maior nível desde o início das medições, em 2003.
Apesar da desaceleração, o desempenho ainda é positivo em relação a 2024. O BC aponta que o nível de atividade está 1,4% acima do registrado no mesmo período do ano passado. No acumulado dos últimos 12 meses, a economia soma crescimento de 3,9%.
Impacto dos juros altos
Economistas destacam que o resultado reflete os primeiros efeitos da taxa Selic em 15% ao ano, o maior patamar desde 2006. A manutenção dos juros elevados encarece crédito e financiamentos, restringindo o consumo e a produção.
“O crescimento menor da prévia do PIB já sinaliza um desaquecimento da economia brasileira, consequência direta da política monetária contracionista adotada para conter a inflação”, avalia um analista ouvido pelo mercado.
Expectativas
Com os números, cresce a atenção para os próximos passos do Comitê de Política Monetária (Copom). Caso a inflação siga em queda, há expectativa de que o Banco Central avalie uma redução gradual dos juros no fim do ano, para aliviar as pressões sobre atividade e consumo.