Negociação prevê tarifa zero para até 80% dos produtos; alinhamento ideológico entre líderes impulsiona diálogo bilateral
A Argentina está próxima de fechar um acordo com os Estados Unidos que poderá garantir isenção tarifária para até 80% de seus produtos exportados, segundo revelou o jornal argentino Clarín. O avanço nas tratativas é conduzido por Gerardo Werthein, ministro das Relações Exteriores e do Comércio Exterior da Argentina, e Howard Lutnick, secretário de Comércio dos EUA.
Alinhamento político entre Trump e Milei impulsiona negociação
O possível acordo ganhou fôlego graças ao alinhamento ideológico entre os presidentes Donald Trump e Javier Milei, o que teria facilitado o canal diplomático direto entre os dois países. A medida pode representar um alívio para a economia argentina, que tenta ampliar seu mercado externo em meio ao cenário de ajustes fiscais e reformas estruturais.
A Argentina exporta atualmente cerca de US$ 6,5 bilhões por ano aos Estados Unidos, o que faz dos EUA um de seus principais parceiros comerciais fora do Mercosul.
Vinho, limão e algodão devem ser beneficiados
Entre os produtos que deverão permanecer isentos de tarifas, estão vinhos, limões e algodão. Já as exportações de alumínio e aço continuarão com alíquota de 25%, alinhadas às normas globais impostas pelos EUA.
Caso o acordo seja fechado, a Argentina poderá aumentar sua competitividade no mercado norte-americano, especialmente em setores agrícolas e de bens manufaturados leves.
Acordo ainda está em fase de ajustes
Apesar dos avanços, o acordo ainda não foi finalizado. As equipes técnicas seguem discutindo detalhes comerciais, prazos e condições de reciprocidade, e a expectativa é que haja um anúncio oficial nas próximas semanas.
Esse movimento acontece em meio a um cenário global de revisão de acordos bilaterais, no qual Trump tem endurecido tarifas com países como o Brasil e China, mas sinalizado abertura com governos considerados ideologicamente aliados.