Irmã de traficante do PCC recebeu ministro de Lula na Favela do Moinho

Alessandra Moja Cunha, presidente de ONG local, é irmã de Léo do Moinho, preso como liderança do crime organizado em SP

Favela do Moinho, no centro de São Paulo, voltou ao centro do debate público após uma visita do ministro Márcio Macêdo (PT), da Secretaria-Geral da Presidência da República, no último dia 25 de junho. A reunião, realizada com a líder comunitária Alessandra Moja Cunha, tem gerado repercussão após a revelação de seu vínculo familiar com o tráfico de drogas.

Alessandra é irmã de Leonardo Monteiro Moja, conhecido como Léo do Moinho, apontado como uma das principais lideranças do Primeiro Comando da Capital (PCC) na região central da capital paulista. Leonardo foi preso em agosto de 2024 durante a megaoperação Salus et Dignitas, conduzida pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) do Ministério Público de São Paulo (MPSP).

ONG sob suspeita: drogas, condenação e influência territorial

Alessandra Moja Cunha preside uma ONG que afirma representar as famílias da Favela do Moinho. No entanto, o local onde funciona a entidade já foi alvo de operações policiais, que encontraram maconha, cocaína e cracksupostamente destinados à distribuição no centro da cidade.

Além disso, Alessandra tem histórico criminal. Ela foi condenada e chegou a ser presa por participação em um homicídio, no qual a vítima foi morta com diversos golpes de faca. O caso agrava a polêmica sobre sua atuação como representante da comunidade.

Lula na Favela do Moinho?

A reunião com o ministro Márcio Macêdo tinha como objetivo viabilizar uma visita do presidente Lula (PT) e da primeira-dama, Rosângela da Silva, a Janja, à Favela do Moinho. A informação foi revelada pela jornalista Andreza Matais, do portal Metrópoles, nesta terça-feira (8).

No entanto, a região é considerada de alto risco pelas autoridades, uma vez que, segundo o MPSPo PCC controla o território e o acesso costuma ser restrito a não moradores.

Base estratégica do PCC no centro de São Paulo

A Favela do Moinho é vista como uma área estratégica para o tráfico de drogas. De acordo com o Gaeco, a família de Léo do Moinho teria transformado o local em um polo de distribuição de entorpecentes do PCC, utilizando a posição geográfica central para facilitar a logística criminosa.

Diante das revelações, a presença de membros do governo federal no local gera questionamentos sobre os critérios adotados para o diálogo com lideranças comunitárias em áreas sob influência de facções criminosas.