Empresas ligadas a Donald Trump acusam ministro do STF de censura por bloqueios nas redes sociais no Brasil
A Justiça da Flórida, nos Estados Unidos, emitiu um novo pedido de intimação contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), por suposta violação das leis americanas ao determinar o bloqueio de perfis em redes sociais no Brasil.
A ação é movida por duas empresas: a Trump Media & Technology Group — ligada ao ex-presidente e atual pré-candidato à presidência dos EUA, Donald Trump — e a plataforma de vídeos Rumble, conhecida por sua postura crítica a medidas de moderação de conteúdo. Ambas alegam que Moraes estaria promovendo censura de conteúdos nas redes sociais, ao obrigar a remoção de postagens e a suspensão de contas no território brasileiro.
O novo mandado de intimação foi emitido nesta segunda-feira (7). Caso o ministro receba oficialmente o documento, terá 21 dias para responder a um dos advogados listados no processo. Se não o fizer, o processo pode seguir à revelia, ou seja, baseado unicamente nas alegações das empresas.
A AGU (Advocacia-Geral da União) informou que prepara uma intervenção no processo. Segundo o órgão, nenhuma medida pode ser aplicada contra o ministro ou o Supremo Tribunal Federal sem que o tribunal brasileiro avalie e valide o conteúdo do mandado.
Essa não é a primeira tentativa de envolver Moraes em um processo na Justiça americana. Em junho de 2025, o mesmo tribunal do Distrito Médio da Flórida emitiu uma ação semelhante. Antes disso, em fevereiro deste ano, outra iniciativa do tipo foi rejeitada.
O episódio adiciona um novo capítulo à crescente tensão entre o STF e plataformas digitais, especialmente em torno da moderação de conteúdo político, desinformação e liberdade de expressão na internet. A intimação também lança luz sobre o alcance internacional das decisões judiciais brasileiras no ambiente digital — e seus desdobramentos em esferas diplomáticas e jurídicas fora do país.