Nesta quinta-feira, 3 de julho de 2025, o litro da gasolina ultrapassou a casa dos R$ 6,89 em diversos postos do Distrito Federal — um reajuste de até R$ 0,50 em relação aos valores praticados até a véspera .
Reação imediata
O deputado distrital Chico Vigilante (PT‑DF) acionou o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). Ele solicitou que a Promotoria de Defesa do Consumidor e o GAECO investiguem se há indícios de formação de cartel no setor de combustíveis— uma suspeita grave que pode resultar em responsabilização penal dos envolvidos .
Discrepância sem explicação
Segundo a Petrobras, o preço médio da gasolina em junho ainda era R$ 6,23 e não houve aumentos recentes nas refinarias que justificassem o repasse para os consumidores . Ainda assim, muitos postos dispararam os preços sem nenhuma comunicação prévia.
Versão das distribuidoras
O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e de Lubrificantes do DF (Sindicombustíveis‑DF), Paulo Tavares, afirmou que os aumentos partiriam das distribuidoras — motivados pelo salto de até R$ 0,20 no preço do etanol anidro nas últimas semanas, que compõe cerca de 22% da gasolina vendida no posto . Ele também mencionou que o duto que traz combustível da refinaria de Paulínia (SP) está em manutenção até 7 de julho, o que poderia ser outro fator de pressão nos preços .
Contexto mais amplo
Este episódio ocorre semanas após o Cade multar sete empresas do DF por cartelização no setor de combustíveis, com penalidades que somam cerca de R$ 154 milhões . Além disso, a Advocacia‑Geral da União (AGU) também solicitou investigação junto ao Cade e outros órgãos, apontando indícios de não repasse das reduções de preços feitas pela Petrobras ao consumidor final .
Chico Vigilante, presidente da Comissão de Defesa do Consumidor da CLDF, reforça que a atuação desse suposto cartel permanece ininterrupta e lucrativa, sem aparente temor pelas sanções aplicadas até agora .
🛑 O que está em jogo
Ponto-chave | Situação |
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Preço médio | Era R$ 6,23 em junho (Petrobras) |
Nova cotação | R$ 6,89 em 3 de julho |
Motivo oficial alegado | Elevação do etanol anidro e manutenção de duto |
Reação política | Deputado acionou MPDFT e GAECO |
Riscos para os envolvidos | Processos por cartel, multas, responsabilidades |
A escalada súbita do preço da gasolina no Distrito Federal expõe uma teia complexa: falta de transparência nas decisões das distribuidoras, ausência de justificativas públicas e a suspeita de práticas econômicas abusivas. A ação do MP dirigirá os holofotes para a estrutura real por trás dos reajustes, e pode servir como alerta para outros estados.
Enquanto isso, o consumidor comum segue impactado — quem depende do carro para trabalhar, estudar ou cuidar da família vê o orçamento apertar à medida que cada litro pesa mais.
Vou seguir acompanhando o caso. Deseja que a gente explore mais a questão do impacto no preço do etanol ou nas práticas passadas do Cade e da AGU?