Segundo decreto da Casa Branca, medida visa conter ameaças à segurança nacional e proteger a economia dos EUA
A Casa Branca anunciou na noite desta terça-feira (15.abr.2025) que produtos chineses poderão enfrentar tarifas de até 245% ao entrarem nos Estados Unidos. A medida, apresentada em decreto assinado pelo presidente Donald Trump, integra a nova estratégia comercial do governo norte-americano e reforça o endurecimento da postura frente à China.
Embora não se trate de um novo aumento, o documento detalha como a tarifa total pode atingir esse patamar com base na soma de três camadas já previstas na legislação:
- 125% – Taxa recíproca contra práticas comerciais consideradas desleais;
- 20% – Medida relacionada ao combate ao tráfico de fentanil (opioide sintético com origem em parte do território chinês);
- 7,5% a 100% – Alíquotas específicas da chamada Seção 301, aplicada a setores como aço, alumínio, semicondutores e carros elétricos.
⚙️ Exemplos práticos: tarifas sobre carros elétricos
Um dos exemplos citados pela Casa Branca são os carros elétricos chineses, que já enfrentam uma tarifa de 100% desde o governo Biden. Com a aplicação das demais alíquotas, a carga tributária total sobre esses veículos pode chegar ao teto de 245%, tornando praticamente inviável sua competitividade no mercado norte-americano.
🧭 Nova doutrina comercial de Trump
O decreto afirma que as tarifas são uma ferramenta legítima para proteger a segurança nacional e garantir equilíbrio nas relações comerciais globais. A medida é apresentada como resposta às ações retaliatórias da China no contexto da guerra comercial que se intensificou desde o retorno de Trump à Casa Branca.
“Estamos nivelando o campo de atuação para nossos trabalhadores e empresas, protegendo os EUA de práticas comerciais predatórias”, diz o texto do decreto.
Além das sanções à China, a Casa Branca informou que mais de 75 países iniciaram tratativas com os EUA para renegociar termos de seus acordos comerciais. Por isso, as tarifas foram temporariamente suspensas por 90 dias para esses países — com exceção da China, que adotou medidas de retaliação imediata.
🌐 Impactos globais
A imposição de tarifas em níveis tão elevados deve agravar as tensões comerciais entre as duas maiores economias do mundo e gerar reflexos em cadeias produtivas globais — sobretudo em setores como tecnologia, energia limpa e insumos industriais.
A medida também pode impactar acordos multilaterais e reacender debates na Organização Mundial do Comércio (OMC) sobre o uso de tarifas como instrumento de política externa.