A redução de 25% na alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), sendo de 18,5% no caso dos veículos, valendo desde 25 de fevereiro, não chegou ao consumidor, apontam indicadores de inflação. O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), índice oficial de inflação do governo, divulgado nesta sexta-feira (8) mostra que bens duráveis que passaram a pagar menos imposto, como geladeira, máquina de lavar, fogão e carros, desacaleraram os reajustes, mas continuaram subindo de preços nos dois últimos meses.
O alívio na tributação sobre bens eletrodomésticos e veículos não está reduzindo preços desses bens de consumo duráveis por dois motivos, dizem empresários e economistas: outros itens continuam pressionando os custos; e uma parte do corte de imposto ficou no meio do caminho, ou seja, virou margem de lucro na cadeia, entre a fábrica e a loja.
Profissionais dizem que o ciclo de reajustes de preços de matérias-primas continua elevando custos da indústria. Por isso, dizem, há pouco espaço para redução de preços para o consumidor nos próximos meses, mesmo com a manutenção do corte do IPI por mais tempo.
Para economistas e empresários, o IPI menor pode, no máximo, conter uma onda maior de reajustes de eletrodomésticos e veículos.