Trump vincula Petro ao tráfico e intensifica ofensiva no Caribe

Presidente dos EUA acusou Gustavo Petro de ser “líder do tráfico”, cortou ajuda e autorizou ataques navais — medida segue roteiro usado contra Maduro

Em declarações contundentes no último fim de semana, Donald Trump acusou o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, de ter ligações com o tráfico internacional de drogas e anunciou a suspensão de pagamentos e subsídios dos Estados Unidos a Bogotá. 

Na mesma sequência, o secretário de Defesa americano, Pete Hegseth, informou que forças dos EUA atacaram uma embarcação ligada a grupos rebeldes ou ao tráfico nas águas do Caribe — parte de uma série de operações que, segundo autoridades dos EUA, visam desmantelar rotas marítimas de entorpecentes. Foi o sétimo ataque anunciado desde o início da mobilização militar na região. 

A retórica e a estratégia empregadas por Trump lembram a ofensiva recente contra Nicolás Maduro, quando a Casa Branca passou a vincular o presidente venezuelano ao cartel “Cartel de los Soles” e a tratar organizações de tráfico como ameaças terroristas — mudança que abriu espaço para ações militares sob a justificativa de combate ao terrorismo. 

O confronto diplomático já provocou reações significativas na região: Colômbia chegou a retirar seu embaixador de Washington, em meio a acusações mútuas sobre a legalidade e o custo humano das operações no mar Caribe. Autoridades de países afetados também relataram sobreviventes resgatados após ataques e reivindicações de falta de provas em alguns casos. 

Em suas publicações nas redes sociais, Trump classificou Petro como um “líder do tráfico” e avisou que os Estados Unidos poderão ampliar medidas econômicas, incluindo tarifas e corte de ajuda, caso a situação persista. O presidente americano não apresentou evidências públicas que comprovem as acusações dirigidas ao mandatário colombiano. 

Analistas alertam que a combinação de acusações públicas sem provas, operações militares extraterritoriais e a reclassificação de grupos criminosos como “terroristas” cria um cenário propício a escaladas diplomáticas e legais — e pode prejudicar cooperações tradicionais em combate às drogas entre os EUA e países latino-americanos.