Rio de Janeiro, outubro de 2025 — A cidade do Rio amanheceu em luto e tensão após a operação policial mais letal da sua história. Mais de 60 corpos foram levados por moradores para a Praça São Lucas, no Complexo da Penha, entre a noite de ontem e a manhã desta quarta-feira (30). O número de vítimas fatais pode ultrapassar 100, de acordo com relatos locais e imagens obtidas pela imprensa.
O que se sabe até agora:
• Repórteres do UOL presenciaram ao menos 65 corpos sendo reunidos na praça por moradores, alguns deles retirados de áreas de mata no alto da Serra da Misericórdia e de outras partes da comunidade.
• Muitos familiares acompanharam, em desespero silencioso, a remoção e contagem dos corpos.
• Esses números ainda não constam na contagem oficial do governo do Rio, que ontem confirmou 64 mortos na megaoperação contra o Comando Vermelho, nos complexos da Penha e do Alemão.
Pela manhã, o comandante da Polícia Militar do Rio declarou à TV Globo que não é possível confirmar, até o momento, se todas as mortes têm ligação direta com a operação.
Hospital e IML operam em regime especial
Durante a madrugada, seis corpos foram deixados na porta do Hospital Getúlio Vargas por um carro não identificado. O hospital também recebeu feridos da operação, mas ainda não divulgou boletins atualizados sobre o estado de saúde das vítimas.
Para lidar com a gravidade da situação, o IML do Rio foi fechado ao público, atendendo apenas os corpos da operaçãonesta quarta-feira. Os demais casos de necropsia estão sendo encaminhados ao IML de Niterói.
A dor das famílias
Familiares das vítimas começaram a chegar ao Detran, ao lado do IML, para a triagem e identificação dos corpos. A chegada é silenciosa e marcada por sofrimento contido.
Organizações de apoio, como a Raave (Rede de Atenção a Pessoas Afetadas pela Violência de Estado) e a Defensoria Pública, estão no local para orientar e acolher os parentes.
O que ainda precisa ser esclarecido:
- Quantas mortes realmente têm relação direta com a operação?
- Houve excessos ou execução?
- Qual o papel do Estado diante da escalada da violência nas favelas?
A situação segue sendo acompanhada por autoridades, imprensa e entidades de direitos humanos.
O Brasiliense segue em cobertura contínua.
