Em meio a surto de intoxicações, governador anuncia força-tarefa com fabricantes e medidas para treinar agentes e orientar consumidores
Em coletiva nesta segunda (6/10), o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) comentou a crise de contaminação por metanol em bebidas alcoólicas — hipótese central das investigações sobre falsificação de rótulos famosos — e fez uma brincadeira: como não bebe álcool e é “viciado em Coca-Cola”, só se preocuparia “no dia em que começarem a falsificar Coca-Cola”.
A fala ocorreu enquanto Tarcísio descrevia a mobilização do setor: “os maiores fabricantes do Brasil estavam na mesa”, citando marcas como Jack Daniel’s, Johnnie Walker e outras frequentemente alvo de falsificação. Segundo a Secretaria da Segurança Pública, a principal hipótese é a mistura de etanol contaminado com metanol por quadrilhas que adulteram bebidas.
🧪 Cenário da crise
- Surto nacional de intoxicações por metanol, com 12 estados afetados.
- Polícia Federal e Polícia Civil investigam esquemas de adulteração; há divergências sobre eventual participação de facções.
- Tarcísio afirmou não haver evidências que vinculem o PCC à prática.
🤝 Quem estava na mesa
O governador reuniu o Gabinete de Crise (Saúde, Segurança, Justiça e Cidadania, Desenvolvimento Econômico, Fazenda e Planejamento) e representantes de fabricantes, entre eles Brown-Forman (Jack Daniel’s), Bacardi, Diageo (Johnnie Walker, Smirnoff), Pernod Ricard (Absolut) e Beam Suntory (Jim Beam).
Objetivo: apoiar o Estado no treinamento de agentes públicos e comerciantes para detectar falsificações e orientar o consumidor.
🛡️ Medidas anunciadas
- Convênio com a indústria para treinar fiscais e varejistas e padronizar procedimentos de verificação.
- Campanhas de orientação ao consumidor para identificar produtos seguros (lote, lacre, selo, procedência).
- Endurecimento legislativo contra falsificação e comércio irregular.
- Pedidos à Justiça para destruição de estoques apreendidos (bebidas adulteradas, selos e garrafas falsas).
- Canal direto de denúncia para comerciantes, permitindo manifestação preventiva e evitando cassação de inscrição estadual por recebimento involuntário de produto irregular.
- Compromisso de novos encontros com o setor de bares e restaurantes para ações coordenadas.
🔍 O que dizem as investigações
A hipótese prioritária é a adição criminosa de metanol em bebidas ou a mistura com etanol contaminado, prática que barateia custos e aumenta riscos de intoxicação grave. Quadrilhas especializadas estariam por trás do esquema; a PFabriu inquéritos para rastrear cadeias de fornecimento, distribuidores paralelos e pontos de venda.
📌 Para o consumidor
- Desconfie de preço baixo demais e de embalagens com sinais de violação.
- Confira selo fiscal, lote e QR Code, quando disponíveis.
- Compre de canais formais e exija nota.
- Em caso de suspeita de adulteração ou sintomas (náusea, visão turva, tontura, dor abdominal), procure atendimento médico imediato e notifique as autoridades.