Será que seu filho cresce sem sentir a sua calmaria?

Psicóloga alerta: ambiente tenso pode comprometer o desenvolvimento emocional das crianças

A forma como os adultos lidam com suas emoções influencia diretamente a saúde emocional das crianças. Em um mundo cada vez mais acelerado, muitos pais e responsáveis vivem em constante estado de estresse — e os pequenos, mesmo que em silêncio, sentem cada impacto. Segundo a psicóloga Aline Graffiette, CEO da Mental One Psicologia, crescer em um ambiente sem tranquilidade pode afetar profundamente a forma como a criança percebe o mundo e se relaciona com ele.

“Quando o ambiente familiar é marcado pela tensão contínua, a criança tende a internalizar a inquietação como seu estado natural. Ela aprende que o mundo é um lugar de ansiedade, o que pode prejudicar sua capacidade de autorregulação e dificultar o desenvolvimento de paciência, resiliência e segurança emocional”, afirma Aline.

De acordo com a especialista, é no convívio com os pais que a criança aprende a nomear e regular emoções. A ausência de um modelo de calma e empatia pode comprometer a construção de vínculos afetivos saudáveis, afetando amizades e futuras relações amorosas.

“A falta de um ambiente tranquilo deixa a criança em constante estado de alerta. Isso gera insegurança, medo e baixa autoconfiança para explorar o mundo ao seu redor”, complementa Aline Graffiette.

Mais do que comportamento momentâneo, essas vivências se tornam padrões: crianças que crescem em meio ao estresse tendem a reproduzi-lo na vida adulta — na forma como se comunicam, trabalham e até na maneira como criam seus próprios filhos.

Aline finaliza: “Cultivar a própria calma vai muito além do autocuidado — é um gesto silencioso, mas poderoso, que deixa um legado emocional saudável para as próximas gerações.”