Especialista apresenta estratégias práticas para aumentar chances de sucesso em um cenário onde critérios se endureceram
São Paulo, novembro de 2025 – Profissionais que planejam obter vistos de trabalho para atuar nos Estados Unidos devem estar atentos a seus perfis de redes sociais – um aspecto muitas vezes negligenciado por quem apresenta formulários para obtenção de residência permanente nos EUA. Warren Janssen, ex-diretor do USCIS (Serviço de Cidadania e Imigração dos Estados Unidos), compartilhou insights estratégicos sobre os critérios reais que definem a aprovação ou negação de pedidos de imigração para os EUA.

Com mais de 32 anos de atuação no governo americano, Janssen revelou mudanças recentes no processamento de candidaturas e apresentou as práticas que aumentam significativamente as chances de sucesso. Uma das orientações compartilhadas no evento foi a de que o USCIS ampliou a análise de redes sociais durante o processamento de pedidos de imigração – um fator que até pouco tempo era pouco conhecido pelos candidatos brasileiros.
“A USCIS começou a ampliar a análise das redes sociais durante o processamento de pedidos de imigração. Ainda não está claro se isso será feito em todos os casos ou apenas quando houver sinais de alerta, mas é importante ter cuidado”, afirmou Janssen, durante o 3º Encontro de Mobilidade Global realizado pela D4U Immigration. A recomendação do especialista é clara: revisar perfis em plataformas como LinkedIn, Instagram, Facebook e demais plataformas digitais antes de submeter qualquer pedido. Fotos, comentários ou conteúdo que possam ser mal interpretados podem prejudicar uma candidatura, independentemente da qualidade da documentação. “Em resumo, mantenha suas redes limpas e profissionais”, recomendou Janssen, enfatizando que essa prática preventiva é fundamental para quem planeja imigrar nos próximos anos.
O 3º Encontro de Mobilidade Global reuniu, no último dia 15, em São Paulo, um time de especialistas em várias áreas de imigração e planejamento internacional. Promotora do encontro, a D4U Immigration tem mais de 16 mil planejamentos internacionais realizados em 10 anos, e é líder do mercado brasileiro de planejamento internacional. A empresa oferece suporte completo desde a estratégia até a adaptação no novo país, contando com uma equipe qualificada que inclui profissionais que já atuaram dos dois lados do processo imigratório – dentro e fora do governo americano. Os resultados da empresa, auditados pela RSM Global, comprovam índice superior a 91% de sucesso nos planejamentos.
O erro mais comum que prejudica os processos não está relacionado à falta de qualificação, mas sim a detalhes que parecem menores. “O erro mais comum é subestimar a importância dos detalhes. Muitos casos são negados não por falta de mérito, mas por documentação incompleta, inconsistências nas informações ou ausência de uma linha argumentativa clara“, explicou Janssen. Documentos com traduções questionáveis, cartas de recomendação sem credibilidade e provas que não conectam claramente ao argumento central do caso são os principais causadores de atrasos e suspensões de processos. Esse cenário torna ainda mais crítica a necessidade de uma estratégia bem estruturada antes de qualquer submissão.
Qualidade acima da quantidade de documentos
A principal estratégia recomendada por Janssen é construir uma proposta baseada em evidências sólidas e coerentes, não em volume de documentos. “Menos é mais quando cada prova é relevante”, orientou. O USCIS busca profissionais que gerem impacto positivo para os Estados Unidos – seja econômico, científico, cultural ou social. A narrativa do candidato deve deixar clara sua capacidade de inovação, liderança e contribuição em áreas estratégicas, elementos que os oficiais procuram identificar em cada análise. Com 32 anos de experiência dentro do governo americano, Janssen traz uma perspectiva interna privilegiada sobre as prioridades do governo norte-americano.
“Ter estado dentro da USCIS me permite compreender como os oficiais pensam e o que buscam ao revisar um processo. Essa visão interna ajuda a antecipar possíveis questionamentos e apresentar o caso da forma mais estratégica e convincente possível”, revelou. Essa expertise é particularmente valiosa num cenário onde o governo americano endureceu critérios e a concorrência por vistos de trabalho se intensificou. Em setembro de 2025, uma sobretaxa de US$ 100 mil foi imposta aos vistos H-1B, deslocando a atenção de candidatos para categorias de imigrantes “employment-based” (EB), como EB-1, EB-2 e EB-3.
Outro conceito importante que Janssen desmistificou diz respeito ao objetivo real da análise do USCIS. “Algo que poucos sabem é que os oficiais não estão procurando ‘pegar erros’, e sim garantir que as leis sejam aplicadas corretamente. O problema é que, quando o caso não é claro, o benefício da dúvida quase nunca é dado ao solicitante”, enfatizou. Essa observação é crítica: trata-se de apresentar informações de forma tão clara e bem estruturada que não deixe espaço para dúvidas ou más interpretações.
Antes de reunir documentos, Janssen recomenda que candidatos definam uma narrativa central e entendam qual categoria se encaixa melhor em seu perfil. “Antes de reunir documentos, é preciso definir a narrativa central, entender qual categoria se encaixa melhor no perfil e planejar cada etapa. Um processo com base estratégica não apenas evita erros, mas também comunica o valor que o solicitante traz aos Estados Unidos, e é isso que leva à aprovação.”
Sobre Warren Janssen
Warren Janssen é ex-diretor do USCIS com 32 anos de experiência acumulada no governo dos Estados Unidos. Sua experiência abrange algumas fases das operações de imigração americana, oferecendo uma perspectiva única sobre como pedidos são avaliados internamente. Atualmente, integra a equipe de especialistas em planejamento internacional da D4U Immigration, trazendo credibilidade e expertise ao suporte oferecido aos candidatos brasileiros.