No Dia Mundial da Água, comemorado em 22 de março, a Secretaria do Meio Ambiente (Sema) chama a atenção para a importância da recomposição da vegetação nativa do cerrado como elemento fundamental na preservação desse recurso natural essencial à vida.
Por meio do Projeto CITinova, que investe no desenvolvimento urbano sustentável e em tecnologias inovadoras, a Sema colabora com a recuperação de 80 hectares de áreas de preservação permanente (APPs) nas bacias dos rios Descoberto e Paranoá, que abastecem o Distrito Federal.
Já foram plantadas 6.504 mudas de espécies nativas do cerrado em 67 propriedades rurais e em 10 hectares nos parques ecológicos de Águas Claras e do Riacho Fundo.
“Mapeamos áreas de alta prioridade de recuperação, num total de 91 mil hectares”, informa a coordenadora de Recursos Hídricos da Subsecretaria de Gestão das Águas e Resíduos Sólidos da Sema, Patrícia Valls e Silva. “A ideia é dar continuidade a essa ação aqui no DF, por meio de mais projetos”.
O secretário do Meio Ambiente, Sarney Filho, lembra que o cerrado é considerado o berço das águas do Brasil, por abrigar as nascentes de três importantes bacias hidrográficas da América do Sul: Platina, Amazônica e São Francisco. “A recuperação de nascentes que estamos fazendo aqui no DF, mesmo que em pequena escala, servirá de incentivo para novas ações”, afirma. “O importante é que não deixemos de espalhar a consciência ambiental, porque quem conhece protege”.
Parceria
O projeto CITinova conta com a parceria de pequenos proprietários rurais. Urias Pedro da Silva é dono da Chácara Buriti, em Brazlândia, com 22 hectares, na área de proteção do manancial do Barrocão. Lá ele tem duas nascentes, uma delas perene – com água brotando o ano todo. “Estou aqui há 37 anos, e a água vinha diminuindo, por isso, me inscrevi no projeto e estou muito satisfeito”, relata.
Segundo ele, o volume de água da nascente vem aumentando após o plantio das 600 mudas de árvores nativas, como jatobá-da-mata, aroeira-pimenteira, bálsamo, gonçalo-alves, ipês, ingá, angico, landim, cutieira, mutamba, copaíba, baru, araçá, jenipapo e pente-de-macaco.
A Lei nº 12.651/2012, conhecida como Código Florestal, estabelece a proteção da vegetação em um raio de 50 metros no entorno de nascentes. Assim, o plantio de mudas nativas na área de Urias também vai garantir a regularidade ambiental da propriedade.
Restauração
O projeto também oferece capacitações e consultoria para restauração das áreas, além da implementação de Sistemas Agroflorestais (SAFs) em 20 hectares e curso para formação de comunidades que sustentam a agricultura (CSAs).