PL afasta Bolsonaro de atividades partidárias e suspende salário

Decisão segue legislação eleitoral após condenação definitiva de 27 anos por tentativa de golpe; ex-presidente cumpre pena em Brasília

Partido Liberal (PL) anunciou, nesta segunda-feira (1º), a suspensão do salário e das funções partidárias do ex-presidente Jair Bolsonaro, condenado a 27 anos e 3 meses de prisão em regime fechado por participação em uma tentativa de golpe de Estado. A decisão foi formalizada por meio de comunicado interno da legenda, que citou a legislação eleitoral como base jurídica para o afastamento.

“Infelizmente, por decorrência da lei e da suspensão dos direitos políticos do nosso Presidente de Honra, Jair Bolsonaro, as respectivas atividades partidárias estarão igualmente suspensas, inclusive a sua remuneração”, afirma o texto do partido, em referência à Lei dos Partidos Políticos (Lei 9.096/95).

A suspensão ocorre após o trânsito em julgado da ação penal 2668 no Supremo Tribunal Federal (STF), o que significa que não há mais possibilidade de recursos. Além de Bolsonaro, outros sete membros do núcleo considerado central no plano golpista também foram condenados e tiveram suas penas executadas.


Onde cumprem pena os condenados do núcleo golpista

  • Jair Bolsonaro: Superintendência da Polícia Federal (Brasília)
  • Walter Braga Netto: 1ª Divisão do Exército (Vila Militar – RJ)
  • Augusto Heleno: Comando Militar do Planalto (Brasília)
  • Paulo Sérgio Nogueira: Comando Militar do Planalto (Brasília)
  • Anderson Torres: 19º Batalhão da PMDF (Papuda – DF)
  • Almir Garnier: Estação Rádio da Marinha (Brasília)
  • Alexandre RamagemForagido
  • Audiências de custódia: Realizadas no dia 26 de novembro

As penas definidas pelo STF:

  • Jair Bolsonaro: 27 anos e 3 meses
  • Walter Braga Netto: 26 anos
  • Alexandre Ramagem: 16 anos, 1 mês e 15 dias
  • Almir Garnier: 24 anos
  • Anderson Torres: 24 anos
  • Augusto Heleno: 21 anos
  • Paulo Sérgio Nogueira: 19 anos

A suspensão das atividades de Bolsonaro dentro do PL marca mais um desdobramento político do caso que abalou as instituições democráticas do país. Embora o partido ainda não tenha se pronunciado sobre um possível sucessor à liderança simbólica ocupada por Bolsonaro, a medida reforça os efeitos diretos da perda de direitos políticos após a condenação.

A movimentação também levanta questionamentos sobre o futuro da extrema direita brasileira, diante da prisão de seus principais nomes e da reconfiguração do espaço político para as eleições de 2026.