Pesquisadores brasilienses que estiveram no Ártico falam sobre degelo: ‘Muito maior do que esperávamos encontrar’

Professores de Brasília foram ao Polo Norte na primeira expedição brasileira oficial, em julho, e presenciaram mudanças climáticas. Cientistas estão preocupados com possibilidade de gelo marinho desaparecer; entenda.

Pesquisadores que estiveram na primeira expedição brasileira oficial ao Círculo Polar Ártico foram surpreendidos pelas condições climáticas que encontraram na região: calor e degelo. A viagem foi em julho e três professores de Brasília participaram — dois deles estiveram no Polo Norte também em 2016. 

“[Em 2016] estava sempre chovendo e sempre muito frio. Em 2023 estava um clima totalmente diferente. Nós tivemos dias que chegamos a usar mangas curtas. Pegamos dias com 10ºC. Foi muito quente mesmo, muito diferente do que imaginávamos e esperávamos encontrar”, conta a professora Micheline Carvalho Silva, do departamento de Botânica da Universidade de Brasília (UnB).

Os cientistas estão preocupados com a possibilidade de o gelo marinho desaparecer em poucos anos, as previsões são pessimistas já para o verão de 2030. Um estudo recente na revista Nature Communications, que analisou mudanças de 1979 a 2019 na região, comparando diferentes dados de satélite e modelos climáticos, revelou que, mesmo se forem feitos cortes significativos nas emissões de gases de efeito estufa, o Ártico ainda poderia enfrentar verões sem gelo marinho até 2050.