Ex-secretário de Segurança do DF é acusado de omissão durante os ataques aos Três Poderes; advogado nega participação em minuta golpista
A defesa do ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres, afirmou que o ex-ministro da Justiça adotou todas as medidas necessárias para garantir a segurança da Esplanada dos Ministérios no dia 8 de janeiro de 2023, data dos ataques às sedes dos Três Poderes, em Brasília.
À época dos atos, Torres estava em viagem aos Estados Unidos, o que gerou acusações de omissão. Em declaração nesta quarta-feira (26/3), o advogado Eumar Novacki, que representa o ex-secretário, rebateu as acusações. “O que mais ele poderia ter feito? Ele deixou um protocolo de ações integradas que, se tivesse sido seguido, teria evitado os atos do dia 8”, afirmou.
Novacki também sustentou que Torres não teve conhecimento de nenhum indício que desaconselhasse sua saída do país e reforçou que “são inúmeros os pontos que comprovam que ele cumpriu com seu mister [função]”.
Além das suspeitas de omissão, Anderson Torres também é citado na denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por suposta participação em uma tentativa de golpe para anular o resultado das eleições de 2022 e impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A defesa nega qualquer envolvimento de Torres na redação ou apoio à chamada “minuta do golpe”, encontrada em sua residência durante investigações da Polícia Federal. O documento indicaria a intenção de instaurar estado de defesa no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e reverter o resultado eleitoral.
Torres é um dos nomes incluídos na denúncia que será analisada pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), em processo que pode transformá-lo em réu por participação em suposta organização criminosa golpista.