O documentário “O Cinema das Mulheres”, dirigido por Vanessa de Araújo Souza, chega ao Curta! e ao Curta!On – Clube de Documentários contando a história do cinema no Brasil sob a perspectiva das mulheres que trabalharam no setor audiovisual em diferentes áreas. Ora diante das câmeras, como atrizes; ora por trás das telas, como diretoras, assistentes ou produtoras, as mulheres sempre estiveram lá. Inicialmente, eram raras nos sets, mas aos poucos foram conquistando mais espaço e consolidando uma presença cada vez mais numerosa.
A produção convoca um time de mulheres fundamentais para a consolidação do papel feminino no cinema brasileiro, como Alice Gonzaga, Helena Solberg, Tereza Trautman, Lucy Barreto e Carla Camurati. Um dos destaques é a presença da atriz Ruth de Souza, falecida em julho de 2019. O filme registra a última entrevista concedida por ela, que venceu as barreiras de gênero e de raça e se consagrou como um grande nome do cinema: “Eu acho que eu realizei meu sonho de ser atriz de cinema (…). Eu tive ótimas oportunidades no cinema e, quando se pega um bom papel, você o faz com todo amor e carinho. Em toda a vida, quis ganhar dez”, afirma Ruth.
Conforme essas grandes mulheres relembram suas próprias trajetórias, a história do cinema brasileiro vai se revelando. Entrevistas com pesquisadores e a narração de Zezé Motta costuram suas narrativas, dando coesão cronológica aos acontecimentos. Outro elemento que as une é a experiência de ter enfrentado os desafios impostos pelo gênero — invisibilidade, preconceito, entre outros — e de terem sido pioneiras dentro da área que escolheram.
O documentário conta com um rico acervo, com fotos e vídeos de diferentes épocas. Também são exibidas cenas de produções como “Carlota Joaquina, Princesa do Brasil” (1995), “O Quatrilho” (1955), “Dona Flor e Seus Dois Maridos” (1976), “Sinhá Moça” (1953) e “Os Homens Que Eu Tive” (1973). A exibição é na Quarta do Cinema, 24 de agosto, às 22h30.
A história das sufragistas dos EUA é tema de minissérie, no Curta!
Aprovada pelo Congresso dos Estados Unidos em junho de 1919 e ratificada pouco mais de um ano depois, a emenda constitucional que deu às mulheres o direito ao voto foi resultado de uma luta incansável. Do seu início até a conquista do voto feminino, a trajetória das chamadas “suffragettes” norte-americanas é contada pela série “O Voto: A História das Sufragistas”.
Dividida em quatro episódios, a produção intercala imagens históricas — entre fotos, vídeos e manchetes de jornal — com depoimentos de historiadores e demais pesquisadores, que vão tecendo uma narrativa sobre esse período da história norte-americana. No primeiro episódio, a série mostra os desafios e as conquistas das primeiras “suffragettes”, que abriram os caminhos para que mulheres começassem a se emancipar do ambiente doméstico. A produção também apresenta algumas das principais lideranças do movimento, como Alice Paul, natural de Nova Jersey. Quando esteve na Inglaterra, ela acompanhou de perto o forte movimento sufragista local. Depois de uma temporada na prisão, em Londres, ela voltou aos Estados Unidos disposta a se aprofundar na luta sufragista, mudando a história de seu país. A exibição é na Sexta da Sociedade, 26 de agosto, às 20h.
Segunda da Música (MPB, Jazz, Soul, R&B) – 22/08
22h25 – “Dorivando Saravá, o Preto que Virou Mar”
Ele foi o primeiro a cantar os orixás e a introduzir o tempo do candomblé na música popular brasileira. Desafiou a própria morte ao se entregar nos braços de Iemanjá e — Obá de Xangô consagrado que era — não morreu. Dorival Caymmi virou mar. É por essa linha poética que o documentário do diretor Henrique Dantas mergulha na vida do mais icônico compositor que a Bahia já produziu. “Dorivando Saravá, o Preto que Virou Mar” reúne depoimentos, lembranças e reflexões de artistas como Gilberto Gil, Tom Zé, Adriana Calcanhotto, entre outros que desfrutaram do privilégio de terem convivido com ele, ou que regravaram sua obra. O filme aborda conceitos presentes na vida e obra de Caymmi e apresenta falas reveladoras do compositor, garimpadas em antigas entrevistas radiofônicas, nas quais ele mostra alguns de seus posicionamentos estéticos e políticos. No documentário, Caymmi é representado como uma maneira de ser, de existir, de pensar. Direção: Henrique Dantas. Duração: 88 min. Classificação: Livre. Horários alternativos: 23 de agosto, terça-feira, às 02h25 e às 16h25; 24 de agosto, quarta-feira, às 10h25; 27 de agosto, sábado, às 22h25; 28 de agosto, domingo, às 16h05.
Terça das Artes (Visuais, Cênicas, Arquitetura e Design) – 23/08
22h30 – “Maria, Não Esqueça que Eu Venho dos Trópicos” (Documentário)
Uma investigação sobre a vida e a arte de Maria Martins (1894-1973), reconhecida como uma das maiores escultoras brasileiras. O filme revela a grandiosidade da obra de Maria e sua ousadia ao tratar da sexualidade a partir da perspectiva feminina, em uma poética transgressora e pioneira. Em paralelo, resgata sua vida como esposa de um importante diplomata e a ligação com Marcel Duchamp, em uma relação de colaboração mútua entre os dois artistas. Direção: Elisa Gomes, Francisco C. Martins Duração: 80 min. Classificação: 10 anos. Horários alternativos: 24 de agosto, quarta-feira, às 2h30h e às 16h30; 25 de agosto, quinta-feira, às 10h30; 27 de agosto, sábado, às 13h; 28 de agosto, domingo, às 19h30.
Quarta de Cinema (Filmes e Documentários de Metacinema) – 24/08
22h30 – “O Cinema das Mulheres” (Documentário)
Como as mulheres enfrentaram preconceitos e estereótipos para conquistar um lugar de destaque na indústria do cinema nacional? O documentário “O cinema das mulheres” mostra trajetórias repletas de sonhos, desafios e vitórias de brasileiras talentosas: Alice Gonzaga, Didi Viana, Carmen Santos, Cléo de Verberena, Carmem Miranda, Gilda de Abreu, Eliana Macedo, Eliane Lage, Lucy Barreto, Helena Solberg, Ana Maria Magalhães, Tereza Trautman, Leila Diniz, Darlene Glória, Sônia Braga, Carla Camurati e Ruth de Souza. Com delicadeza, rigor histórico e olhar poético, as imagens encantam, suscitam reflexões e homenageiam mulheres que querem vencer, ou, como diz Ruth de Souza, “ganhar dez”. Direção: Vanessa de Araújo Souza. Duração: 85 min. Classificação: Livre. Horários alternativos: 25 de agosto,quinta-feira, às 02h30 e às 16h30; 26 de agosto, sexta-feira, às 10h30; 27 de agosto, sábado, às 14h30; 28 de agosto, domingo, às 22h25.
Quinta do Pensamento (Literatura, Filosofia, Psicologia, Antropologia) – 25/08
22h – “Um Sonho Intenso” (Documentário)
Relato das transformações do processo socioeconômico brasileiro pontuado por interpretações de um grupo de economistas e historiadores que têm em comum o reconhecimento de que os avanços da década de 1930 até os dias atuais não foram suficientes para eliminar características fundamentais do subdesenvolvimento. Diretor: José Mariani. Duração: 102 min. Classificação: Livre. Horários alternativos: 26 de agosto, sexta-feira, às 02h e às 16h; 27 de agosto, sábado, às 20h30; 28 de agosto, domingo, às 13h15.
Sexta da Sociedade (História Política, Sociologia e Meio Ambiente) – 26/08
20h – “O Voto – A História das Sufragistas” – Episódio 1
Aprovada pelo Congresso dos Estados Unidos em junho de 1919 e ratificada pouco mais de um ano depois, a emenda constitucional que deu às mulheres o direito ao voto foi resultado de uma luta incansável. Do seu início até a conquista do voto feminino, a trajetória das chamadas “suffragettes” norte-americanas é contada pela minissérie “O Voto: A História das Sufragistas”, dirigida por Michelle Ferrari. O primeiro episódio rastreia a ascensão da militância sufragista nos Estados Unidos, uma abordagem de ação direta à política inspirada nas sufragistas da Grã-Bretanha. Em 1911, “votes for women” haviam se tornado, como observou um jornalista, “as três pequenas palavras que constituem a maior questão no mundo hoje”. Direção: Michelle Ferrari. Duração: 52 min. Classificação: Livre. Horários alternativos: 27 de agosto, sábado, às 00h e às 10h30; 28 de agosto, domingo, às 18h; 29 de agosto, segunda-feira, às 14h.
Sábado – 27/08
19h30 – “Segundo Take” (Série) – Ep.: “Vidas Secas, com Paulo Caldas”
A série tem como proposta recriar cenas antológicas do cinema brasileiro sob o olhar de novos profissionais. A cada episódio, diretores e atores falam de suas paixões cinematográficas e de seu processo criativo ao refilmarem uma grande cena do passado. Neste episódio, o diretor Paulo Caldas propõe uma versão atualizada de um diálogo inesquecível do filme “Vidas Secas”, dirigido por Nelson Pereira dos Santos, em 1963, baseado no livro homônimo de Graciliano Ramos. Os artistas convidados para essa empreitada são os poetas Bell Puã e Antonio Marinho, ambos nordestinos e familiarizados com a realidade sertaneja retratada no filme original. Direção: Adriana Borges. Duração: 26 min. Classificação: 12 anos. Horários alternativos: 28 de agosto, domingo, às 09h30.
Domingo – 28/08
21h – “Clementina” (Documentário)
O documentário faz uma viagem através das músicas e da história de Clementina de Jesus. Os sambas mais poéticos, o batuque cheio de balanço e os cantos religiosos que revelam uma comunicação com o sagrado nos levam ao mundo de Quelé, como a cantora era conhecida. Marcada na história da MPB pela sua voz excepcional e pelo seu repertório de música afro-brasileira, essa neta de escravos trouxe no seu canto a alegria, a potência e o drama da condição do negro no Brasil. Foi considerada por muitos o elo perdido entre a cultura brasileira e as raízes africanas. Diretora: Ana Rieper. Duração: 75 min. Classificação: Livre.