João Pedro Barros, Luiz Eduardo Estevão e André Kubitschek carregam sobrenomes de peso, mas prometem trilhar caminhos próprios na política brasiliense
A menos de um ano das eleições de 2026, o cenário político do Distrito Federal começa a se desenhar com nomes que trazem história no sobrenome — mas ideias próprias na bagagem. Jovens como João Pedro Barros, Luiz Eduardo Estevão e André Kubitschek surgem como representantes da chamada nova política, mas enfrentam o desafio de romper com o peso dos legados familiares.
Ao contrário do que ocorre em estados como Maranhão, Alagoas e Pernambuco, onde famílias como Sarney, Collor e Arraes se perpetuam no poder há décadas, no DF os herdeiros tentam construir sua base política do zero, mesmo que com sobrenomes influentes como Rocha, Estevão e Kubitschek.
João Pedro Barros: o filho do governador quer fazer diferente
Aos 20 anos, João Pedro Barros, filho do governador Ibaneis Rocha, filiou-se recentemente ao MDB e já é cotado para disputar uma vaga na Câmara Legislativa do DF (CLDF). Presente nas agendas públicas do pai, João quer mostrar que sua trajetória política não será apenas uma extensão do governo Ibaneis.
“A decisão de entrar na política foi muito natural. Fui aprendendo com o tempo e, com meu amadurecimento, entendi que quero estar próximo das pessoas, ouvir, entender e propor mudanças”, diz João.
Barros também fala da necessidade de renovar a política local com foco no futuro:
“Tem que olhar para o passado, pensar no presente e agir para o futuro”.
Luiz Eduardo Estevão: neto de dois senadores busca protagonismo

Filho de uma das famílias empresariais mais conhecidas do DF, Luiz Eduardo Estevão é neto dos ex-senadores Luiz Estevão e Raimundo Lira. Filiado ao Progressistas, partido da vice-governadora Celina Leão, o jovem quer ser visto como renovação e não repetição.
Luiz Eduardo ainda não confirmou a que cargo vai disputar, mas fontes ligadas ao partido indicam uma possível candidatura a deputado distrital.
André Kubitschek: um legado com nome e história

Bisneto de Juscelino Kubitschek e filho do ex-governador Paulo Octávio, André Kubitschek disputou as eleições de 2022 para deputado federal, com mais de 20 mil votos. Agora, como secretário da Juventude do DF, tenta ampliar sua base entre os eleitores jovens e ganhar força para uma candidatura à CLDF em 2026.
Discreto, ele evita falar de seu projeto eleitoral, mas já é tratado como pré-candidato. Ele terá que deixar o cargo público até abril do ano que vem, conforme manda a lei eleitoral.
Uma nova política ou os mesmos sobrenomes?
Os herdeiros políticos do DF caminham entre o prestígio e a responsabilidade de carregar nomes conhecidos. No discurso, todos ressaltam a autonomia de ideias, mas sabem que o peso da tradição pode tanto abrir portas quanto trazer cobranças.
As eleições de 2026 podem marcar uma virada geracional na política do Distrito Federal — ou mostrar que o sobrenome ainda é, para muitos, a principal credencial.