O icônico publicitário compartilha sua visão sobre empreendedorismo, inteligência artificial e a necessidade de regulamentação tecnológica.
Nizan Guanaes, nome emblemático da publicidade brasileira, está longe de reduzir o ritmo. Com uma trajetória marcada pela fundação de agências como DM9, Africa e o Grupo ABC — vendido em 2015 por R$ 1 bilhão à Omnicon —, Guanaes hoje lidera a N.ideias, consultoria que orienta grandes CEOs como os de Itaú, Suzano e Magazine Luiza. “Antigamente, a propaganda era a alma do negócio. Hoje é a estratégia”, afirma, explicando sua transição do publicitário clássico ao estrategista global.
Além da publicidade, Guanaes mergulhou no universo tecnológico, investindo em startups como Moss, Mottu e Trybe. Para ele, 2025 será o ano do “empreendedor”, destacando que é essa classe visionária que impulsiona o Brasil em meio às adversidades econômicas e políticas. “O empreendedorismo está gerando empregos e desenvolvimento. É preciso adaptar-se às novas realidades”, ressalta.
Regras para Redes Sociais e IA: O Debate Necessário
Defensor fervoroso de regulamentação para redes sociais e inteligência artificial, Guanaes enfatiza que “não pode haver um negócio sem regras”. Ele critica a falta de controle sobre conteúdos prejudiciais nas plataformas e reforça a necessidade de um equilíbrio ético. Para Guanaes, as redes sociais e a IA representam avanços extraordinários, mas é imperativo que operem dentro de limites claros que garantam segurança e justiça.
“A inteligência artificial é uma commodity. Quem perderá empregos não será para a IA, mas para aqueles que souberem utilizá-la”, observa. Ainda assim, ele pede um “cinturão de proteção trabalhista” para assegurar que a inovação tecnológica não penalize os trabalhadores. Sua mensagem é clara: regulamentar sem sufocar o potencial transformador dessas ferramentas.
Mudanças Climáticas e o Papel das Empresas
Outro ponto central em sua visão é a crise climática e o papel das empresas. Guanaes critica a falta de seriedade nas discussões globais, como a COP 29. Para ele, empresas que desejam se alinhar às questões climáticas devem incluir cientistas sociais e especialistas em comportamento em suas estratégias. “Falta profundidade no tratamento dessas questões que impactam tanto o planeta quanto os negócios”, alerta.
A Filosofia Jet Ski de Nizan
Guanaes se define como um estrategista ágil em um mercado dominado por “transatlânticos”. Ele acredita que o sucesso no Brasil exige visão, intuição e flexibilidade. “O CEO brasileiro tem que ter jogo de cintura. As regras mudam constantemente, e o melhor líder é aquele que se adapta rapidamente”, afirma.
Com uma carreira que combina criatividade, empreendedorismo e ousadia, Nizan Guanaes continua moldando o futuro da publicidade e da comunicação no Brasil e além. Suas ideias servem como um convite à reflexão sobre o equilíbrio entre inovação, ética e sustentabilidade.