Procuradoria quer restabelecer a prisão dos investigados por suposta fraude de R$ 12 bilhões na Operação Compliance Zero; julgamento será analisado pela 10ª Turma do TRF-1
O Ministério Público Federal (MPF) recorreu da decisão que colocou em liberdade Daniel Vorcaro, proprietário do Banco Master, e outros quatro executivos investigados por uma fraude bilionária de R$ 12 bilhões. O grupo foi alvo da Operação Compliance Zero, que apura irregularidades na comercialização de carteiras de crédito com o Banco de Brasília (BRB).
A decisão de soltura foi assinada na sexta-feira (28) pela desembargadora Solange Salgado da Silva, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), que optou por substituir a prisão por medidas cautelares, como uso de tornozeleira eletrônica, entrega de passaportes e proibição de deixar o país.
“Embora inegável a gravidade dos fatos e o vultoso montante financeiro envolvido, as medidas alternativas à prisão são suficientes para garantir o processo legal e evitar riscos à ordem econômica”, escreveu a magistrada em sua decisão.
O MPF, no entanto, defende o restabelecimento das prisões preventivas, alegando que os investigados têm alto poder econômico, influência no sistema financeiro e acesso a recursos que podem interferir nas investigações. O recurso deve ser analisado já na próxima semana pela 10ª Turma do TRF-1.
🔍 Daniel Vorcaro é apontado como o principal articulador da fraude, que teria gerado prejuízo bilionário envolvendo o BRB e a compra de carteiras de crédito supostamente superfaturadas.
A Operação Compliance Zero é conduzida pela Polícia Federal em conjunto com o Ministério Público Federal, e investiga possíveis fraudes estruturadas no mercado financeiro com uso de instituições públicas. O caso também envolve o ex-presidente do BRB, Paulo Henrique Costa, que prestou depoimento nesta segunda-feira (1º/12).