Ator lança ‘Sem Limites’, sobre as grandes navegações, e afirma que violência no Brasil é fruto da colonização
Foi poucos dias depois da confirmação das mortes do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips que Rodrigo Santoro embarcou em vários compromissos para divulgar sua nova série, “Sem Limites”.
Dada a urgência do assunto, ele não passou despercebido na conversa que o ator teve com o jornal Folha de S.Paulo. Isso porque o trabalho, que estreia agora no Amazon Prime Video, fala da época das grandes navegações, e Santoro acredita que a colonização das Américas, ocorrida no período, tem relação direta com o ciclo de violência que existe hoje no Brasil.
“Infelizmente, nós ainda vivemos o fruto dessa violência colonial. É uma das questões que nos ajudam a entender o momento atual do país. A gente acabou de ver uma tragédia, com a morte do Bruno Pereira e do Dom Phillips, homens dedicados a duas das nossas maiores riquezas, nossa natureza e cultura.
Olhar para isso é desesperador. É preciso ter esperança, mas está difícil, muito difícil”, diz ele.
Dom Phillips e Bruno Pereira foram mortos no início do mês passado, no Vale do Javari (AM). As mortes jogaram pressão sobre o presidente Jair Bolsonaro (PL) ao evidenciar a atuação de grupos criminosos na Amazônia. A partir da confissão de culpa de um dos suspeitos, o pescador Amarildo da Costa Oliveira, o Pelado, a Polícia Federal localizou os corpos, após dias de buscas.
“A colonização não acaba quando os portugueses partem. A mentalidade implantada aqui é tão forte que eles partem e nós continuamos colonizando uns aos outros”, diz ainda Santoro, que denunciou a matança de povos originários pelos portugueses e, posteriormente, pelos que ficaram no território brasileiro.Sem falar nos povos ancestrais que ali estavam, os originários, termo que vem da origem.