Pela primeira vez no ano estimativa supera os 6%; expectativa para inflação subiu, mas houve corte nas projeções da Selic e câmbio
Pela primeira vez neste ano o mercado financeiro projeta que a inflação pode superar os 6% em 2003. A estimativa é dos analistas ouvidos pelo Banco Central (BC) para o Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira, 17. A projeção é pouco superior à expectativa do relatório da semana passada, 5,98%.
Para medir a inflação, os economistas do mercado financeiro consultados pelo BC utilizam o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Há duas semanas, a previsão de inflação em 2023 era de 5,96%.
Para 2024, os economistas elevaram a projeção de 4,14% para 4,18%, e para 2025 e 2026, mantiveram a previsão de inflação de 4%. O Conselho Monetário Nacional (CMN) estabeleceu em 3,25% a meta central de inflação em 2023, sendo considerada formalmente cumprida se oscilar entre 1,75% e 4,75%.
Já em relação à taxa de juros da economia brasileira, a mediana das projeções para a Selic foi reduzida para 12,50% até o fim de 2023, após semanas de manutenção do indicador no patamar de 12,75%. Atualmente, a marca é de 13,75%. Já para 2024, os especialistas do mercado financeiro projetam o índice em 10% e em 9% no ano de 2025.
Após a cotação da moeda norte-americana ficar abaixo da marca dos R$ 5 na semana passada, os economistas projetam que a moeda feche em R$ 5,24, leve redução em relação às últimas semanas. Já para 2024, a mediana das projeções caiu de R$ 5,27 para R$ 5,26, segunda redução consecutiva.
Em relação ao crescimento da economia brasileira em 2023, o mercado projeta perspectiva de variação do Produto Interno Bruto (PIB) em 0,9% contra 0,91% na semana anterior. Já para 2024, a perspectiva é de crescimento de 1,40%. Na divulgação anterior, a projeção para o PIB do ano que vem estava em 1,44%.
As estimativas acontecem após a divulgação da proposta de nova regra fiscal pelo governo federal, em substituição ao teto de gastos — e a expectativa do texto ser enviado ao Congresso Nacional até esta terça-feira (18), além da valorização do real frente ao dólar nos últimos dias.
Já o Índice Geral Preços do Mercado (IGP-M), que baliza o reajuste dos aluguéis, também caiu em relação à semana anterior. Os economistas consultados projetaram taxa de 3,5% em 2023, diminuição de dois pontos percentuais frente à semana anterior. Para o ano que vem, a expectativa é de redução de 4,25% para 4,18%.
O mercado manteve as previsões para a dívida líquida do setor público. Segundo a pesquisa, o endividamento deve encerrar o ano em 61,15% do PIB, mesmo percentual da semana anterior.