Presidente venezuelano mantém posição de não reconhecer decisão da Corte Internacional de Justiça e defende “direitos históricos” sobre território rico em recursos minerais.
Caracas, 11 ago (EFE) — O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, reiterou nesta segunda-feira que “mais cedo ou mais tarde” o país irá recuperar Essequibo, território de quase 160 mil km², rico em recursos minerais, atualmente sob administração da Guiana e alvo de disputa há mais de um século.
“Nós não reconhecemos esse julgamento, não reconhecemos nenhuma decisão que saia de lá. É espúria, vai contra os regulamentos da própria Corte Internacional de Justiça”, afirmou Maduro em seu programa semanal na emissora estatal VTV.
Conflito centenário
A disputa sobre Essequibo remonta ao Laudo Arbitral de Paris de 1899, que concedeu a soberania do território à então Guiana Britânica. Décadas mais tarde, a Venezuela declarou o laudo nulo e assinou com o Reino Unido o Acordo de Genebra, estabelecendo a criação de uma comissão para resolver a controvérsia — processo que nunca foi concluído.
Rejeição à decisão da CIJ
O governo venezuelano entregou recentemente à Corte Internacional de Justiça (CIJ) um novo documento que, segundo Caracas, apresenta a “verdade histórica” dos direitos venezuelanos sobre a região. Maduro reforçou que não aceitará qualquer sentença emitida pelo tribunal, atendendo a um pedido da Guiana para que o órgão resolva a disputa.
“Mais cedo ou mais tarde, Essequibo voltará à Venezuela”, insistiu o líder chavista, reforçando sua narrativa de soberania e revivendo tensões diplomáticas com o país vizinho.