Justiça manda soltar advogado que escondeu droga na penitenciária da Papuda

Mikaelson Carvalho Gonçalves, de 37 anos, vai cumprir medidas cautelares. No domingo (31), ele foi filmado quando escondia um tablete de 250 gramas de maconha no local onde presos são atendidos pelos defensores

A Justiça do Distrito Federal concedeu liberdade ao advogado suspeito de tráfico de drogas no complexo penitenciário da Papuda, em Brasília. A decisão foi anunciada durante uma audiência de custódia.

No domingo (31), Mikaelson Carvalho Gonçalves, de 37 anos, foi filmado enquanto escondia um tablete com 250 gramas de maconha embaixo de uma bancada, na sala onde são realizados os atendimentos jurídicos aos presos. O registro dele, na OAB, foi suspenso por 90 dias.



Na decisão, a Justiça do Distrito Federal considerou que Mikaelson é réu primário e tem residência e trabalho fixos.

Mikaelson deverá cumprir as seguintes medidas cautelares:

  • Comparecer a todos atos do processo;
  • Não se ausentar do Distrito Federal por mais de 30 dias, a não ser que seja autorizado pela Justiça;
  • Permanecer no mesmo endereço informado à Justiça;
  • Não frequentar o sistema penitenciário enquanto estiver com a carteira da OAB suspensa.

Flagrante

Tablete de maconha encontrado após atendimento de advogado na Papuda, no DF — Foto: Reprodução

Tablete de maconha encontrado após atendimento de advogado na Papuda, no DF — Foto: Reprodução

De acordo com o boletim de ocorrência registrado na Polícia Civil, o advogado tinha três atendimentos na Papuda, no último domingo (31). Ele teria pedido para antecipar um dos atendimentos, sendo autorizado pelo coordenador do presídio.

Conforme a Polícia Civil do DF, Mikaelson Carvalho Gonçalves já estava sendo observado por suspeita de tráfico de drogas dentro do presídio. Segundo os investigadores, antes do atendimento ao cliente, a sala foi vistoriada pelos policiais penais – seguindo um procedimento padrão – e nada foi encontrado.

Um policial penal acompanhou o encontro do advogado com o preso, por meio das câmeras de segurança, e flagrou o momento em que ele colocou a droga embaixo da bancada. Segundo o policial, Mikaelson “estava inquieto” antes da chegada do detento.

Assim que o defensor saiu da sala, uma nova vistoria foi feita na sala e o pacote de maconha encontrado. O advogado foi preso na saída do presídio.

A Secretaria de Justiça do DF informou que o caso foi encaminhado à Controladoria. O Tribunal de Ética e Disciplina da OAB também apura o caso.