Evento encerrou uma semana repleta de atividades voltadas para a preservação do bioma típico do Distrito Federal. Chef apresentou opções culinárias alternativas da região
Um Cerrado que muitos desconhecem foi apresentado ao público pelo Jardim Botânico de Brasília (JBB). Na manhã deste domingo (17), o ambientalista Vinicius Rossignoli conversou com os frequentadores do parque sobre a importância do bioma típico do Distrito Federal. A palestra marcou o encerramento da primeira edição da Semana do Cerrado.
“O Cerrado é o bioma mais antigo em atividade do mundo. É o berço das águas do Brasil, onde estão as três principais bacias hidrográficas do país. Poucos sabem disso”, comentou Vinícius. “Quando a gente pensa em conservação, a gente pensa na Amazônia. Mas a verdade é que, sem o Cerrado, a Amazônia morre.”
Ex-participante do programa Masterchef, Vinícius é especializado em culinária do Cerrado, bioma que, segundo o chef, tem a maior biodiversidade de alimentos do mundo, com mais de mil sabores. Ele aproveitou a ocasião para falar sobre como a utilização de insumos locais para a alimentação impacta diretamente na conservação ambiental.
“Tomate, alface, cenoura, pimentão… Nada disso é nativo do Brasil. Para plantar esses alimentos aqui, é preciso adequar a terra, o que causa um grande impacto ao solo”, alertou Vinícius. “O Cerrado tem alimentos muito interessantes em termos de sabor. E que estão disponíveis literalmente no meio da rua.”
Educação ambiental
O Jardim Botânico de Brasília dedicou uma semana inteira ao bioma que envolve o DF. Na segunda-feira (11), um café da manhã com culinária do Cerrado abriu o evento, que teve ainda apresentação do coral da terceira idade Ativozes e contação de história comandada por Nyedja Gennari.
O Centro de Excelência do JBB trouxe uma mostra dos artistas Eugênio Monteiro, Djavan, Felipe Ribeiro e Nemm Soares, com obras que retratam o Cerrado. Além disso, uma exposição sobre resíduos eletrônicos foi montada no Centro de Visitantes, que agora conta com um Ponto de Entrega Voluntário para quem deseja descartar materiais como pilhas, televisores, notebooks e celulares antigos.
De acordo com o superintendente técnico-científico do JBB, Cristiano Monteiro, o balanço da primeira edição da Semana do Cerrado foi bastante positivo – cerca de 8 mil pessoas participaram das atividades organizadas pela entidade ao longo da semana.
“O foco principal das nossas ações foi a educação ambiental. Mostramos que essa não é pauta do futuro, é pauta do presente”, afirmou Monteiro. “Mais de 50% da vegetação nativa do Cerrado já não existe mais, daí a importância de conscientizarmos a população para a preservação desse bioma”, completou.