Em uma manhã ensolarada de março, Jannik Sinner, o jovem astro do tênis italiano, podia ser encontrado nos vastos terrenos de uma casa estilo rancho no Vale de Coachella. O atleta de 22 anos estava em preparação para o torneio de Indian Wells, buscando estender sua sequência impressionante de vitórias, que culminou em seu primeiro título de Grand Slam, no Aberto da Austrália, em janeiro. A recente conquista no Aberto de Miami o impulsionou para a segunda posição no ranking mundial e o transformou em uma sensação na Itália, um país tradicionalmente focado no futebol.
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Apesar do seu talento nas quadras, uma das primeiras coisas que chamam a atenção ao encontrar Sinner é seu cabelo ruivo vibrante, que lhe rendeu o apelido de “A Raposa”. Seus superfãs, conhecidos como “Carota Boys”, comparecem aos torneios vestidos de cenouras para homenageá-lo. Durante uma conversa em seu camarim para uma sessão de fotos da Vogue, ele revelou com humor sua técnica para acomodar os volumosos cachos sob o boné apertado que usa durante os jogos.
A jornada de Sinner no esporte é marcada por decisões ousadas desde a infância. Nascido em Sesto, uma pequena cidade nas Dolomitas, ele começou no esqui, ganhando campeonatos nacionais ainda criança. Entretanto, ao perceber a rigidez do esporte, escolheu o tênis por permitir mais erros e oportunidades de recuperação. Aos 14 anos, trocou sua cidade natal pela academia de Riccardo Piatti, na Riviera Italiana, onde passou a treinar em tempo integral.
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Sua ascensão no circuito profissional foi meteórica. Em 2019, venceu um torneio em Bergamo após entrar como curinga e, meses depois, conquistou as Finais ATP da Próxima Geração. Em 2022, já entre os dez melhores do mundo, decidiu reformular sua equipe técnica, contratando Simone Vagnozzi e Darren Cahill para diversificar seu jogo e aprimorar sua tática.
Vagnozzi destaca a intensidade competitiva de Sinner, que sempre se manteve resiliente, apesar das limitações técnicas iniciais. Seu trabalho agora se concentra em soltar mais os golpes, aproximar-se da rede e aprimorar o saque. Para complementar a evolução física, Sinner também trouxe para sua equipe o preparador Umberto Ferrara, que busca aumentar sua massa corporal e resistência, com treinos diários intensos.
O sucesso recente de Sinner também se deve à sua força mental. Aprendeu com derrotas marcantes, como a batalha contra Carlos Alcaraz no US Open de 2022 e a eliminação para Alexander Zverev no ano seguinte. “Eu sabia que precisava melhorar mentalmente”, admite o jogador, ressaltando que aprendeu a aceitar erros e transformar falhas em oportunidades de crescimento.
Com sua mentalidade determinada e um jogo cada vez mais completo, Sinner prova ser um nome de peso na nova geração do tênis mundial. O futuro promete novos desafios, mas uma coisa é certa: ele continuará a “dançar na tempestade de pressão”, como gosta de dizer, e a inspirar fãs ao redor do mundo.
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