A iniciativa de Jair Bolsonaro (PL) de transferir a parada de 7 de Setembro no Rio de Janeiro do Centro para a Praia de Copacabana foi duramente criticada pelo general da reserva Paulo Chagas, ex-aliado do presidente. Segundo disse Bolsonaro, o desfile terá participação da polícia. “Com certeza, é uma tentativa de envolver as Forças Armadas e policiais no processo eleitoral, o que, na minha opinião, é totalmente fora de propósito”, disse Chagas à coluna. “Eu não gostaria de ser testemunha deste absurdo e não acredito que os militares próximos ao presidente bem como o almirantado e os Altos Comandos apoiem esta infantilidade”.
Para o general, a reação deve ser drástica: “Eles podem dizer ao presidente que essa é uma ordem errada e que ordem errada não se cumpre”.
Para Chagas, a troca de local do desfile poderia ser classificada de “ordem errada” por causa da “oportunidade” e da “intenção por trás da determinação de Bolsonaro”.
“O presidente está usando as forças militares política e eleitoralmente, o que é errado! É uma forma de depreciar o prestígio das Forças Armadas”, acredita Chagas, que vai se candidatar a deputado federal pelo Podemos.
Perguntado se o objetivo não seria ainda mais grave que manipulação eleitoral, mas o de deliberadamente associar a imagem das Forças Armadas ao golpismo, o general respondeu: “É isso que .chamo de ‘intenção por trás da ordem'”.
Chagas diz que as regras têm que prevalecer a todo custo. “Embora eu seja visceralmente antipetista, sou absolutamente contrário ao uso político do cargo de comandante das Forças Armadas por quem quer que seja”, afirma.
*Com informações do UOL