Pesquisa feita com ratos mostra que os animais expostos a ciclos de 12 horas de luz azul tiveram alterações hormonais e nos ovários
Um estudo feito em ratos indica que a exposição excessiva à luz azul (das telas dos celulares, por exemplo) pode alterar níveis hormonais, adiantando o início da puberdade. A pesquisa foi apresentada durante a 60ª Reunião Anual da Sociedade Europeia de Endocrinologia Pediátrica, que aconteceu em Roma, na última semana.
Os pesquisadores usaram um grupo de ratas fêmeas para o experimento, dividindo-as em três grupos. Um deles foi exposto a ciclos de luz normal; o outro, a ciclos de seis horas de luz azul; o terceiro, a 12 horas de luz azul. Os dois últimos grupos apresentaram sinais de puberdade precoce, e exposições mais longas coincidiram com inícios mais adiantados desta etapa do crescimento.
Os sinais de puberdade identificados foram alterações físicas no tecido do ovário, aumento de hormônios reprodutivos como o estradiol e o hormônio luteinizante, além da redução nos níveis de melatonina. Esse hormônio costuma ter níveis mais altos na pré-puberdade e está relacionado à qualidade do sono.
“Como este é um estudo com ratos, não podemos ter certeza de que esses achados seriam replicados em crianças, mas esses dados sugerem que a exposição à luz azul pode ser considerada um fator de risco para o início precoce da puberdade”, afirmou Aylin Uğurlu, autor do estudo.
Ele aconselha a redução do uso por crianças de aparelhos que emitem luz azul, principalmente à noite.
Os próximos passos dos cientistas serão verificar se os efeitos vistos no estudo podem impactar o desenvolvimento, saúde reprodutiva e futura fertilidade das crianças e pré-adolescentes.